Em 1945, Alvares Maciel, secretário de redação do diário Folha de Minas, jornal do governo estadual de Minas Gerais, insistiu com o desenhistas Fernando Pierucetti, o Mangabeira, para ele criar o zoológico futebolístico. E, do pedido surgiu uma grande família bicharal. De todos os representantes, o mais popular ficou sendo o Galo, do Atlético Mineiro, nascido com as cores do galo carijó, branco e preto. Grande sacada! Maciel, no entanto, queria que Mangabeira seguisse a cartilha do argentino Molas, que dera aos clubes cariocas símbolos tirados de personagens infantis dos quadrinho, como o marinheiro Popeye, do Flamengo, e o Pato Donald, do Botafogo. Mas Mangabeira não topou. Não queria imitações.
Torcedor do América-MG, para seu time, Mangabeira criou o Coelho, que era dirigido por Gérson Sales Coelho e tinha outros dirigentes e funcionários com o mesmo sobrenome. Os americanos não gostaram, porque o coelho é um animal muito manso. Preferiam uma águia. Já o Cruzeiro foi brindado com a Raposa, por causa do dirigente Mário Grosso, considerado muito astuto, sempre chegando na frente de todos para contratar as melhores revelações.
Além dos mascotes dos clubes mineiros, Mangabeira criou o Pica-Pau Carijó, para o Botafogo; o Lobo da Gávea, para o Flamengo; o Gato Cartola, para o Fluminense; um Rinocerante, para o Bangu; o Leão Marinho vascaíno; um Carneiro, para o São Cristóvão; o Tubarão santista; a Zebra, para a Portuguesa Carioca e o Falcão, para o Juventus. O Urubu, que Henfil criou, para o Flamengo, em 69, era o símbolo que Mangabeira bolou, para o Renascença, clube do bairro do mesmo nome, em BH, e que já não existe mais. O Democrata, de Governador Valadares, ganhou a Pantera.
Mangabeira calculava ter feito mais de 90 mascotes de bichos, mas registrou apenas 71, na Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro, por iniciativa do técnico Carlos Alberto Silva, que foi seu advogado, na década 70.
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