REI DO FUTEBOL APAGA MAIS UMA VELINHA
Pelé chegou aos 70 anos de idade, em 23 de outubro de 2010. Segundo o Tio Jorge, que afirma ter ido buscar a parteira Marta, o rebento da Dona Celeste estreou no planeta na madrugada de 21 de outubro. Mas a mãe garante ter sido dois dias depois. Dias à parte, como Seu Dondinho trabalhava, nas madrugadas, no cassino da mineira Três Corações, só foi registrá-lo dois dias depois.
Foi assim que o "Rei do Futebol" (foto) tornou-se um escorpiano venenoso, odiado por todos os goleiros que, em 1.347 jogos, foram 1.283 vezes buscar a bola ano fundo das redes, durante 22 anos, com ele ó carregando taças e mais taças – seu destino.
Criticado, por algumas declarações, não se pode negar-lhe, no entanto, muitas sugestões importantes e inadiáveis que os colegas de trabalho e autoridades nem deram ouvidos. Por exemplo: em em 1969, ao marcar o seu milésimo gol, ele pediu à nação mais cuidado com as crianças. Foi chamado de demagogo. Mas, se os governos tivessem lhe ouvido, quantos marginais a menos haveria no país, nesses 41 anos? E quanto de aporte financeiro se teria evitado de gastar com marginais? Dinheiro que poderia ir para saúde e educação?
Em 1977, ao abandonar a vida de atleta profissional, Pelé cobrava a necessidade de os colegas defenderem a regulamentação da profissão, lutar por seus direitos, fundar associações de classe e até sindicatos. Para quem pensa que ele falava, mas não agia, um dos maiores líderes do futebol brasileiro na década-80, o apoiador Zé Mario, que jogou por Flamengo e Vasco, dava o seu testemunho de que Pelé (na foto ao lado de Di Stefano) sempre estivera à frente de qualquer reivindicação classista justa
Atualmente, o futebol brasileirio já incorpora os executivos profissionais. Pelé já defendia isso, há 33 anos, para livrá-lo dos cartolas que só visam promoção pessoal, escaladas políticas. Defendia, até, que os diretores fossem empregados dos clubes, e não patrões. Fora assim que vira nos Estados Unidos, onde ajudara a levar o futebol ao gosto popular, na década-70. Contra os alpinistas políticos, colocou um irreversível ‘não’ a convites para promoções. Após o final da carreira, jamais negou a sua preseça em campo, em casos de grandes motivos.
Pelé encerrou a carreira, aos 36 anos, dizendo que poderia ir adiante, por mais dois, mas não o faria, para preservar a sua imagem de atleta. Criticado, por pendurar as chuteiras, no Santos, em 1974, e aceitar US$ 4,750 milhões, para defender o Cosmos, nos Estados Unidos, por três temporadas, ele defendia-se, dizendo achar certo "promover a modalidade num grande país e abrir mais um campo para a sua juventude ser parte de uma uma emocionante história". Na despedida, em outubro de 1977, disse: “Já não me resta nada por fazer. Além disso, é muito importante saber quando é a hora de parar. Se alguém joga por mais tempo do que deve, o público não mais o aplaude”, lembrou, na época.
Segundo Pelé, que apanhou muito dos marcadores (foto), depois do título da Copa do Mundo-1958, a popularidade que ele ajudou a dar ao futebol norte-americano fora uma de suas maiores vitórias, afinal, antes dele, çembra que era inimaginável anotar 62 mil pessoas em um estádio. “Tem-se dito que o Pelé não tem nacionalidade, religião e nem cor. Aceito isso, integalmente. Gostaria de ser recordado como quem demonstrou ao mundo que a sensibilidade de um homem continua sendo a sua qualidade mais importnte. Pelo sentimento e a sinceridade pode-se unir toda a humanidade”, declarou, pouco depois de parar de jogar, querendo ficar conhecido como amigo das crianças.
Para a revista "New York", que dedicara quatro páginas de análises sobre o impacto provocado pelo “Rei do Futebol”, no esporte, em geral, nos Estados Unidos, “Pelé é um enigma, um homem em quem os opostos se encontram e se fundem.” Dizia, ainda, a publicação que o ‘Camisa 10' era, tremendamente, ogulhoso, um perfeccionista que fixava, para si, normas quase sobre-humans. Acertou. O atleta Pelé era, realmente, assim.
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