O PRINCIPAL ATLETA REVELADO PELO FUTEBOL BRASILIENSE
Revelado nas divisões de base do Brasília Esporte Clube, Edmar Bernardes fazia gols de todos os tipos no time juvenil, em 1976. Um ano depois, já era titular na equipe principal e entortava defesas nos campeonatos nacionais. Mas, para chegar à seleção Brasileira, pela qual fez 21 jogos e 11 gols, precisou pipocar redes com camisas de todas as cores. Foi quando viu o quanto era difícil Ter o rótulo de “jogador de Brasília”.
Edmar trocou o Brasília, pelo Cruzeiro no final da década de 70. “Não era fácil naquele tempo” - relembrou-me, por telefone – Como o futebol brasiliense não tinha tradição, éramos pouco respeitados. Ainda bem que a minha geração começou a mudar tudo, pois os que saíram naquela fase, como eu, Ernani Banana, Luís Carlos Teixeira, Lira, Júnior Brasília, Ney e outros, mostramos que o futebol candango tinha muito potencial. Tanto que depois de nós, se consagraram, a nível nacional, Carlos Alberto Dias e Renaldo, que chegaram à seleção brasileira via futebol paranaense”.
Quando foi para o Cruzeiro, Edmar não foi logo aproveitado no time principal. Jogou por um desses tais “expressinhos”. Depois, foi emprestado ao Taubaté-SP e foi artilheiro do Campeonato Paulista de 1980,empatado com o ídolo corintiano Sócrates,com17 gols. Convocado para uma seleção paulista, desesperou os cruzeirenses, quando o Palmeiras tentou uma mágica para “roubá-lo” no Taubaté. Mas o Cruzeiro conseguiu reavê-lo.
De volta à Toca da Raposa, Edmar fez gols de todas as maneiras, alguns de placa, ao ponto de deslumbrar os dirigentes do Grêmio, que não descansaram enquanto não o levaram para Porto Alegre. A próxima parada de Edmar foi o Flamengo (foto), que o teve estreando com três gols numa tarde gloriosa, no Maracanã. Enquanto isso, o Palmeiras não abandonava seu sonho de tê-lo com sua camisa. E um dia conseguiu. Edmar barrou o ídolo palmeirense da época, o goleado Mirandinha, e fez história também no Parque Antártica. Mas foi quando vestiu a camisa corintiana que chegou à seleção brasileira. Convocado pelo técnico Carlos Alberto Silva, Edmar vestiu a camarinha do time principal e da seleção (foto) que foi medalha de prata nas Olimpíadas de Montreal, junto com Taffarel eRomário, futuros tetracampeões mundiais, além de “monstros” da época,como os apoiadores, Geovani (Vasco) e Andrade (Flamengo).
Marcando gols pela Seleção e com uma medalha olímpica no peito, o Pescara enviou um avião para levar Edmar (foto) para a Itália. No começo, a adaptação foi um pouco difícil.. Depois, num só jogo ele marcou cinco gols, o que não era novidade, pois, em 1985, ao marcar cinco sobre o Ceará Sporting, ele se tornara o principal artilheiro do Brasileiro, defendendo o Guarani de Campinas. Edmar foi um dos jogadores que mais ajudou a mudar a mentalidade sobre o futebolista brasilense.
Atualmente, Edmar reside na paulista Campinas, onde é sócio do ex-atacante Careca (Antônio Oliveira Filho, aquele mesmo revelado pelo Guarani e que se consagrou no São Paulo e na Seleção Brasileira, tendo jogado, ainda, pelo italiano Napoli e pelo japonês Kashiwa Reysol. Os dois criaram um clube de futebol chamado Campinas Futebol Clube.
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