Em 30 de junho de 2002, a Seleção Brasileria sagrava-se campeã da Copa do Mundo, na disputada promovida, conjuntamente, por Japão e Coreia do Sul, pela quinta vez – antes, os títulos haviam sido na Suécia-1958; no Chile 1962; no México-1970, e nos Estados Unidos-1994. A taça fora conquistada com 2 x 0 diante da Alemanha, desta foto em que o zagueiro Lúcio stá em ação.
A jornada para o chamado "penta" começou no dia 3 de junho, com uma vitória difícil e com malandragem, sobre a Turquia, por 2 x 1, no estádio Munsu, em Ulsan, na Coréia do Sul, diante de 33.842 pagantes e com arbitragem do sul-coreano Kim Young Joo. Os turcos abriram o placar, aos 46 minutos do primeiro tempo, por intermédio de Hasan. Ronaldo
empatou, aos 4, do segundo tempo, se esticando todo para complementar um cruzamentom, feito da esquerda, por Rivaldo. A virada saiu aos 31, quando Luizão arrancou para o gol, sofreu falta, coetida por Ozalan, fora da área, e caiu dentro. O árbitro marcou pênalti, que Rivaldo cobrou e marcou. O time brasileiro foi: Marcos; Lúcio, Edmílson e Roque únior; Cafu; Gilberto Silva, Juninho Paulista (Vampeta), Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho (Denílson) e Roberto Carlos; Ronaldo (Luizão). Turquia: Rustu; Korkmaz ( Manisiz), Akiel, Ozalan, Tugay (Erdem), Ozat, Emre, Unsal, Bastsruk (Davala), Sas e Sukur. Técnico: Senol Gunes.
No segundo jogo, em 8 de junho, a seleção do técnico Luis Felipe Scolari, o Felipão, goleou a China – disputava seu primeiro Mundial –, Estádio Jeju, em Seogwipo, na Coréia do Sul, com 36.750 pagantes e apito do sueco Anders Frisk. Aos 14 minutos, cobrando falta, Roberto Carlos abriu a porteira. Aos 31, Cafu cruzou, Du Wei cortou, sem dominar a bola, Ronaldinho Gaúcho ficou com a sobra e serviu Rivaldo, que aumentou o placar. Aos 45, os chineses fizeram pênalti, sobre o Fenômeno, que o xará gaúcho converteu. A balaiada foi compeltada, aos 9 do segundo tempo, com Cafu cruzando e Ronaldo Fenômeno encaçapando. O Brasil teve: Marcos; Lúcio, Roque Júnior e Anderson Polga; Cafu, Gilberto Silva, Juninho Paulista (Ricardinho), Ronaldinho Gaúcho (Denílson), Rivaldo e Roberto Carlos; Ronaldo (Edílson). China: Jiang Jin; Xu Yulong, Du Wei, Li Weifeng, Wu Chengying, Li Tie, Li Xiaopeng, Zhao Junzhe, Qi Hong (Shao Jiayi), Ma Mingyu (Yang Pu), Hao Haidong (Qu Bo). Técnico: Bora Milutinovic. Em 13 de junho, os canarinhols mandaram outra goleada: 5 x 2 em cima da Costa Rica, já
classificados à segunda fase e poupando Roberto Carlos, com dores musculares. Entrou o baiano Júnior (ex-Vitória, São Paulo Palmeiras e Parma(Ita), hoje no Atlético-MG). Outra novidade foi o também baiano e atacante Edílson Captinha. O Brasil abriu, fácil, três gols de frente, com Ronaldo Fenômeno, aos 9 e os 12, e com Edmílson, aos 37 minutos do primeiro tempo, aplicando uma bonita meia-bicicleta, após lançamento de Ronaldinho Gaúcho. Detalhe: rigorosamente, o primeiro gol foi de Marín,
contra. Wanchope descontou, aos 38, e Gómez encostou os adversários no placar, aos 15, da fase final. Passados os descuidos, o Brasil liquidou a goleada, com Rivaldo, aos 16 finalizando cruzamento de Edílson, e Júnior, aos 18, também, lançado por Edílson. O Brasil escalou: Marcos; Lúcio, Anderson Polga e Edmílson; Cafu, Gilberto Silva, Juninho Paulista (Ricardinho) e Rivaldo (Kaká); Edílson (Kleberson) e Ronaldo. Costa Rica: Lonnis; Wright, Marin, Martinez (Parks), Wallace (Bryce), Solís (Fonseca), López, Castro, Centeno, Gómez e Wanchope. Técnico: Alexandre Guimarães.O jogo teve 38.524 pagantes, apito do egípcio Gamal Ghandour e um detalhe: Alexandre Guimarães tornou-se o primeiro brasileiro a enfrentar a Seleção, como jogador e treinador.
Em 17 de junho, os adversários, no estádio Asa, em Kobe, no Japão, eram os chamados "Diabos Vermelhos", da Bélgica. O jogo foi assitido por 40.440 pagantes e apitado pelo jamaicano Peter Prendergas. A vitória brasileira, por 2 x 0, não foi fácil. Os belgas marcaram primeiro, aos 35 minutos, num lance em que o árbitro viu falta. Aquilo gerou muitas discussões, reclamações. No segundo tempo, o Brasil matou, com gols de Rivaldo, aos 21, após passe aéreo, de Ronldinho Gaúcho, e matada de bola no peito, e com Ronaldo, aos 31, lançado por Kléberson, que fizera uma roubada de bola e arrancara, pela direita do ataque. A seleção atuou com: Mrcos; Lúcio, Edmílson e Roque Júnior; Cafu, Gilberto Silva, Juninho Paulista (Denílson), Ronaldinho Gaúcho (Kleberson), Rivaldo (Ricardinho) e Roberto Carlos; Ronaldo. Bélgica: De Vlieger; Peters (Sonck), Vanderhaeghe, Van Buyten, Van Kerchkoven, Simons, Walem, Goor, Wilmots, Verheyen e Mpenza. Técnico: Robert Waseige.
Estava ficando perto do dia em que o capitão Cafu levantaria a taça do mundo, repetindo Bellini, Mauro, Crlos Alberto e Dunga. O Brasil saia para as quartas-de-final, em 21 de junho, no Estádio Ecopa, em Shizuoka, no Japão. E foi num jogo decidido num gol chamado de espírita. Aos qutro minutos do segundo tempo, uma falta, pelo lado direito do ataque brasileiro, derrubou o time inglês. Ronaldinho Gaúcho cobrou e a bola viajou pelo alto, até a gaveta direita do goleiro Seman, que estava adintado. Ronaldinho jura que o fez conscientemente, mas ficou a dúvida. O lance fora foi muito esquisito. Enfim, Brasil 2 x 1.
Jogando com camisas azuis, pelas quartas-de-final, os brasileiros sofreram o primeiro gol, numa falha horrorosa do zagueiro Lúcio, aos 22 minutos do primeiro tempo. Ao errar uma matada de bola, o planaltinense deu um presente a Owen, que não perdoou. Ainda no primeiro tempo, aos 46, o Brasil empatou. Ronaldinho Gaúcho pedalou diante de Ashley Cole, na entrada da área, e tocou à sua esqueda para Rivaldo chutar e igualar. No segundo tempo, Ronaldinho foi expulso, bobamente, por uma entarda violenta, uma solada, sobre Mills Brasil: Marcos; Lúcio, Edmílson, Roque Júnior e Cafu; Gilberto Silva, Kléberson, Ronaldinho Gaúcho, Rivaldo e Roberto Carlos; Ronaldo (Edílson). Inglaterra: Seaman; Mills, Ferdinand, Campbell, Cole (Sheringham), Butt, Scholes, Sinclair (Dyer), Beckham, Owen (Vassell) e Heskey. Técnico: Severn Goren. O mexicano Felipe de Jesús Ramos Rizo apitou a partida, que teve 47.436 pagantes. Brasil e Turquia voltaram a se encontrar, em 26 de junho. Foi no etádio Saitama, em Saitama, no Japão. Valia peals semifinais e a "Família Scolari" teve muito trabalho para vencer, por 1 x 0, com o gol marcado por Ronaoldo, aos quatro minutos do segundo tempo. Se bem que o time colocou o goleiro Rustu para trabalhar em conclusões de Cafu, Rivaldo e Ronaldo Fenômeno. No lance do gol, Gilberto Silva subiu no ataque e laçou Ronaldo (foto), pela esquerda da área turca. O Fenômeno bateu de bico de chuteira, surpreendendo Rustu. Aos 22 minutos, o goelador, que havia lançado um esquisito corte de cabeço, apelidado de Cascão, igual ao de um persongem das histórias em quasdrinhos de Maurício de Sousa, cedeu sua vaga a Luizão. Aos 29, Edílson saiu, para Denílson segurar o jogo. E o Brasil "revenceu" os turcos, depois de 2 x 1 na estréia. Brasil: Marcos; Lúcio, Edmílson, Roque Júnior e Cafu; Gilberto Silva, Kléberson (Belletti), Rivaldo e Robrto Carlos; Edílson (Denílson) e Ronaldo (Luizão). Turquia: Rustu; Akyel, Korkmaz, Ozalan, Ergun, Tugay, Davala (Izzet), Emre (Mansiz), Basturk (Arif Erdem)m, Sas e Sakur. Técnico: Senol Gunes. O dinamarquês Kim Milton Nielsen apitou a
partida, assistida por 61.058 pagantes, no mesmo local do jogo anterior.
Em 1958, o título fora conquistado em 29 de junho, no estádio Rasunda Solna, em Estocolmo, na Suécia. Em 1962, em 17 de junho, no Estádio Nacional, de Santiago do Chile. Em 1970, em 21 de junho, no Estádio Azteca, da Cidade do México. Em 1994, em 17 de julho,
no Rose Bowl, em Pasadena, nos Estados Unidos. Em 2002, a festa rolou em 30 de junho, no Estádio Internacional, de Yokahoma, no Japão.
Era a terceira vez, consecutiva, que a Seleção chegava à decisão. O adversário era a Alemanha, que não contaria com o seu principal astro, o suspenso Ballack. Os canarinho estiverma melhores na etapa inicial, mas só balançaram a rede na final. E foram os alemães quem assustaram primeiro, numa pegada de Neuville, que Marcos defendeu, com a bol chocando-se contra sua baliza. Aos 11 minutos, porém, Ronaldo abriu o placar. Gilberto Silva o lançou, pela esquerda. O Fenômeno perdeu a bola e caiu. Levantou-se, insistiu no lance e a roubou, de Hamman, para lançar Rivaldo. Este chutou, o goleiro Kahn não seguou e Ronaldo (foto) pegou o rebote, para abrir o placar e começar a festa brasieira: 1 x 0.
Aos 38, novamente, o Fenîomeno liquidou com os alemães. Cafu lançou Kléberson, que progrediu, pela direita, e lançou Rivaldo, na meia-lua da grande área alemã. Rivaldo tocou a bola para Ronaldo, que fechou a conta: Brsil 2 x 0. Ronaldo (foto), que havia sofrido ma gravíssiam contusão, dois anos antes, dava a volta por cima e igualava os 12 gols marcados por Pelé em Copas do Mundo – em 1996, tornou-se o maior goleador acumulado dos Mundiais, com 15 tentos, contra 14 do alemão Gerd Muller e 13 do francês Just Fontaine, que marcara 13 em uma mesma edição. No mais, depois de Bellini, Mauro, Carlos Alberto Torres e Dunga, foi só Cafu levantar taça do penta. O Brasil jogou com: Marcos; Lúcio, Edmílson, Roqeu Júnior e Cafu; Gilberto Silva, Kléberson, Ronaldinho Gaúcho (Juninho Paulista), Rivaldo e Roberto Carlos; Ronaldlo (Denílson). Alemanh: Kahn; Linke, Ramelow, Metzelder, Frings, Hamman, Jeremies (Asamoah), Schneider, Bode (Ziege), Neuville, Klose (Bierhoff). Técnico: Rudi Völler. A final foi apitada pelo italiano Pierluigi Collina e assistida por 69.029 pagantes
quarta-feira, 30 de junho de 2010
sábado, 26 de junho de 2010
PELÉ NO MUSEU
O campeonato de alfinetadas entre Pelé e Maradona parece não chegar ao fim. A última rodada teve o “Rei do Futebol” declarando que “El Diez” só estava no cargo de treinador da seleção argentina porque andava com os bolsos vazios. Rápido, Don Diego foi ao ataque e disse que “aquele rapaz moreno da camisa 10 deveria voltar para o museu”. Fez questão de não falar o nome do "Craque do Século XX".
Seguramente, Maradona, que tem 49 anos, deveria estar chamando Pelé de “velho gagá”, tendo em vista que, no próximo dia 23 de outubro, portanto, dentro de quatro meses, estará fazendo 70 anos que Seu Dondinho e Dona Celeste receberam a visita da cegonha, na mineira Três Corações, trazendo um garoto que, antes de ter o apelido famoso, era chamado, em casa, por Dico. Mas, pode ser, também, que Diego Armando estivesse fazendo alusão à estátua que homenageia o mito brasileiro no museu de cera da Madame Tussaud´s, uma das maiores atrações artísticas de Londres.
O Pelé de cera, que se parece muitíssimo com ele foi produzido na época da Copa do Mundo da Inglaterra, em 1966, com a clara intenção de promovê-la. Usava chuteiras e o então chamado agasalho de frio, verde e amarelo, da antiga Confederação Brasileira de Desportos, a antecessora da Confederação Brasileira de Futebol, e fora trabalhado no seu exato tamanho natural, de 1,71m de altura. O museu, como se sabe, reúne as maiores figuras da história do planeta. Para explorar a popularidade de Pelé, que seria a maior atração daquele Mundial de Futebol, e valorizar mais a peça, além de torná-la simpática aos visitantes ingleses, a administração da casa a colocou do lado de um ídolo dos gramados nacionais, o lendário ponta-direita Stanley Matthwes.
Em seus primeiros dias de vida, o Pelé de cera despertou grande curiosidade. A única bola fora nesse lance fora chutada pelo zelador. Quando dava os últimos retoques na estátua, para exposição pública, permitiu que a imprensa a fotografasse sem a bola que deveria estar em suas mãos (foto). Perdoável! Nem tudo sai perfeito em uma Copa do Mudo, como, por exemplo, o que deveria ser a maior atração, o Brasil, caiu fora ainda na fase inicial.
Pelé marcou o primeiro gol do Mundial-66, cobrando falta, contra a Bulgária, nos 2 x 0 de 12 de julho. Naquela partida, apanhou tanto, que não deu para jogar em Hungria 3 x 1 Brasil, três dias depois. Pra piorar, em Portugal 3 x 1 Brasil, em 19 de julho, atuava sem as condições mínimas. Pra completar o serviço, o português Moraes lhe aplicou tamanhas bordoadas, que o deixou capengando, fazendo número em campo, pois ainda não eram permitidas as substituições.
Pelé não estava bem para disputar aquele Mundial. Garrincha, também, embora o presidente da CBD, João Havelange, o exigisse, mesmo com o aviso do médico Histon Gosling, de que o "Demônio das Pernas Tortas" não tinha mais condições de disputar uma Copa do Mundo. Para a plateia, a comissão técnica dizia que o "Rei" estava apto. No entanto, ele andava receoso em sofrer uma nova distensão, como a que o afastara da Copa-62. Enquanto o supervisor Ernesto Santos tentava passar que o problema do camisa 10 era psíquico, não físico, a verdade era que o atleta santista não se julgava completamente curado da distensão de quatro anos passados, pois vinha sentindo fisgadinhas no músculo adutor da coxa esquerda. Assim, fez mais sucesso no museu. Se a debochada de Maradona tivesse ocorrido em 1966, quando ele estava com cinco anos e dois meses, faria sentido.
quinta-feira, 10 de junho de 2010
PELÉ VESTIU AS CAMISAS 9, 10 E 13 DA SELEÇÃO BRASILEIRA
Zagallo diz que, na viagem para a Copa do Mundo de 1958, na Suécia, a numeração das camisas dos atletas seguia a das malas de cada um, e que Pelé carregava a 10. No entanto, o que ficou para a história foi que a comissão técnica da Seleção Brasileira esquecera de enviar os números da rapaziada à FIFA, tendo o uruguio Lorenzo Vilizio, membro do comitê organizador do Mundial, numerado os canarinhos, por conta própria, sem fazer nenhuma consulta à Confederação Brasileira de Desportos (CBD).
Verdade, ou não, o certo foi que Pelé consagrou a camisa 10, que passou a ser a do craque do time. Mas, nem sempre, ele foi o 10 da Seleção. Em sua estréia, no dia 7 de setembro de 1957, enfrentando os argentinos, no Maracanã, pela Copa Rocca, vestiu a camisa 13, substituindo o também santista Emanuelle Del Vecchio.
Naquele clássico do futebol sul-americano, o time canarinho perdeu, por 2 x 1, diante de 60 mil pagantes, mas Pelé deixou o seu gol na rede dos “hermanos”, aos 22 minutos do segundo tempo – Labruna, aos 14 da aprimeira etapa, e Juarez, aos 23 da segunda, deram a vitória aos visitantes. Pelé poderia ter começado a partida, com a 10, pois a torcida carioca, que gostara das exibições daquele garoto, de 17 anos, pelo Combinado Vasco-Santos, pela Taça Morumbi, meses antes, pedia a sua escalação. O técnico Sílvio Pirillo, embora tendo o mérito de lançar o jovem centroavante palmeirense Mazzola e dar ao cruzmaltino Bellini a barçadeira de capitão, só o mandou pro jogo a um minuto do segundo tempo.
Na estreia de Pelé, com a 13, a Seleção, usando camisas amarelas, calções azuis e meiões brancos, formou com: Castilho; Paulinho de Almeida, Bellini, Jadir e Oreco; Zito (Urubatão) e Luisinho; Maurinho, Mazzola (Moacir), Del Vecchio (Pelé) e Tite. O árbitro foi o austríaco Erwin Hieger e, no lance do gol brasileiro, o flamenguista Moacir lançou, Pelé recebeu a bola bem próximo ao goleiro Carrizo e, com o pé direito, chutou a pelota à esquerda do grande arqueiro portenho (foto).
Quase três anos depois, em 6 de maio de 1960, Pelé não foi o 10 da Seleção, novamente com camisas amarelas, calções azuis e meiões brancos. Num amistoso no estádio Zamalek, no Cairo, diante de 35 mil pagantes, ele usou a 9, enquanto a 10 ficou com o botafoguense Quarentinha, que marcou dois gols – Garrincha fez o outro, dos 3 x 0 sobre o Egito, em partida apitada pelo italiano Vicenzo Orlandini. Novamente, Bellini era o capitão e os canarinhos foram: Gilmar; Djalma Santos, Bellini, Vitor e Nílton Santos (Altair); Zito e Chinesinho; Garrincha (Julinho), Pelé (Almir), Quarentinha e Pepe.
Da terceira vez em que o “Rei do Futebol” não foi o camisa 10 canarinho, ele voltou a usar a 13. Ocorreu em 26 de abril de 1970, durante os preparativos para a primeira Copa do Mundo do México – a segunda foi em 1986. O treinador Mário Jorge Lobo Zagallo, seu colega do ataque das Copas de 1958 e 62, queria experimentar novas opções ofensivas na Seleção, e entregou a camisa mais famosa do mundo ao cruzeirense Tostão, no empate, por 0 x 0, com um time que não era o principal da Bulgária, no Pacaembu. A Seleção Brasileira daquele dia foi: Félix; Carlos Alberto, Brito, Joel Camargo e Marco Antônio; Clodoaldo (Rivelino) e Gérson; Jairzinho, Roberto Miranda, Tostão (Pelé) e Paulo César (Edu).
Verdade, ou não, o certo foi que Pelé consagrou a camisa 10, que passou a ser a do craque do time. Mas, nem sempre, ele foi o 10 da Seleção. Em sua estréia, no dia 7 de setembro de 1957, enfrentando os argentinos, no Maracanã, pela Copa Rocca, vestiu a camisa 13, substituindo o também santista Emanuelle Del Vecchio.
Naquele clássico do futebol sul-americano, o time canarinho perdeu, por 2 x 1, diante de 60 mil pagantes, mas Pelé deixou o seu gol na rede dos “hermanos”, aos 22 minutos do segundo tempo – Labruna, aos 14 da aprimeira etapa, e Juarez, aos 23 da segunda, deram a vitória aos visitantes. Pelé poderia ter começado a partida, com a 10, pois a torcida carioca, que gostara das exibições daquele garoto, de 17 anos, pelo Combinado Vasco-Santos, pela Taça Morumbi, meses antes, pedia a sua escalação. O técnico Sílvio Pirillo, embora tendo o mérito de lançar o jovem centroavante palmeirense Mazzola e dar ao cruzmaltino Bellini a barçadeira de capitão, só o mandou pro jogo a um minuto do segundo tempo.
Na estreia de Pelé, com a 13, a Seleção, usando camisas amarelas, calções azuis e meiões brancos, formou com: Castilho; Paulinho de Almeida, Bellini, Jadir e Oreco; Zito (Urubatão) e Luisinho; Maurinho, Mazzola (Moacir), Del Vecchio (Pelé) e Tite. O árbitro foi o austríaco Erwin Hieger e, no lance do gol brasileiro, o flamenguista Moacir lançou, Pelé recebeu a bola bem próximo ao goleiro Carrizo e, com o pé direito, chutou a pelota à esquerda do grande arqueiro portenho (foto).
Quase três anos depois, em 6 de maio de 1960, Pelé não foi o 10 da Seleção, novamente com camisas amarelas, calções azuis e meiões brancos. Num amistoso no estádio Zamalek, no Cairo, diante de 35 mil pagantes, ele usou a 9, enquanto a 10 ficou com o botafoguense Quarentinha, que marcou dois gols – Garrincha fez o outro, dos 3 x 0 sobre o Egito, em partida apitada pelo italiano Vicenzo Orlandini. Novamente, Bellini era o capitão e os canarinhos foram: Gilmar; Djalma Santos, Bellini, Vitor e Nílton Santos (Altair); Zito e Chinesinho; Garrincha (Julinho), Pelé (Almir), Quarentinha e Pepe.
Da terceira vez em que o “Rei do Futebol” não foi o camisa 10 canarinho, ele voltou a usar a 13. Ocorreu em 26 de abril de 1970, durante os preparativos para a primeira Copa do Mundo do México – a segunda foi em 1986. O treinador Mário Jorge Lobo Zagallo, seu colega do ataque das Copas de 1958 e 62, queria experimentar novas opções ofensivas na Seleção, e entregou a camisa mais famosa do mundo ao cruzeirense Tostão, no empate, por 0 x 0, com um time que não era o principal da Bulgária, no Pacaembu. A Seleção Brasileira daquele dia foi: Félix; Carlos Alberto, Brito, Joel Camargo e Marco Antônio; Clodoaldo (Rivelino) e Gérson; Jairzinho, Roberto Miranda, Tostão (Pelé) e Paulo César (Edu).
domingo, 6 de junho de 2010
JOGOS HISTÓRICOS – BRASIL 1 x 2 URUGUAI -1950
O Brasil manifestara o desejo de promover um Mundial durante o Congresso da FIFA, de 1938, em Paris. Mas, devido a II Guerra Mundial, a Copa do Mundo passou 12 anos sem ser realizada. Em 1946, após o conflito, realizou-se um congresso, em Luxemburgo, marcando a retomada da competição para 1950. Antes, em 1948, no Congresso de Londres, finalmente, o Brasil fora definido como sede da “World Cup”.
Para o IV Mundial de Futebol – e para ficaxr com a Taça Jules Rimet (foto), o Brasil construiu o maior estádio do mundo, o Maracanã, no Rio de Janeiro, inaugurado em 16 de junho de 1950, e iniciou a disputa com quatro grupos de quatro seleções, sem o sistema eliminatório vigorado em 1934/38.
Em 24 de junho, 81.649 torcedores assistiram à Seleção Brasileira golear os mexicanos, por 4 x 0, – gols de Ademir, aos 32 minutos do primeiro e aos 36 do segundo tempo; Jair, aos 21, e Baltazar, aos 27 da fase final – formando com: Barbosa, Augusto e Juvenal; Ely, Danilo e Bigode; Maneca, Ademir, Baltazar, Jair e Friaça.
Dez dias depois, uma equipe, predominantemente paulista, empatou com a Suíça, por 2 x 2, no Pacaembu. Barbosa, Augusto e Juvenal; Bauer, Ruy e Noronha; Alfredo, Maneca, Baltazar, Ademir e Friaça foi a formação, assistida por 42.032 pagantes. Alfredo, aos 2, e Baltazar, aos 31 minutos do primeiro tempo, marcaram os gols brasileiros.
De volta ao Maracanã, em 1º de julho, o técnico Flávio Costa manteve só Bauer, dos paulistas, no time. Zizinho tomou o lugar de Baltazar e Chico o de Friaça, na vitória, sobre a Iugoslávia, por 2 x 0. Aos três minutos, Ademir abriu o placar. Mas o segundo tento só foi surgir, aos 24 da etapa final, com Zizinho, o suficiente para classificar o Brasil, no Grupo 1, enquanto o 2 fora vencido pela Espanha, o 3 pela Suécia e o quatro pelo Uruguai.
Veio a fase decisiva, e o Brasil sapecou, em nove de julho, no Maracanã, 7 x 1 nos suecos. Só no primeiro tempo foram três gols – Ademir, aos 17 e aos 36, e Chico, aos 39 minutos. Na etapa final, Ademir marcou mais dois gols – aos 7 e aos 9 –, enquanto e Maneca, aos 40,e Chico, aos 43, completaram o serviço, testemunhado por 138.886 pagantes. O time foi: Barbosa, Augusto e Juvenal; Bauer, Danilo e Bigode; Maneca, Zizinho, Ademir, Jair e Chico (foto).
Estava bom demais. E melhorou em 13 de julho, no Maracanã, quando o Brasil mandou 6 x 1 pra cima dos espanhóis. Enquanto isso, no Pacaembu, o Uruguai virava, para 3 x 2, o jogo em que perdia para a Suécia. Quatro dias antes, já sofrera muito para empatar, por 2 x 2, como os mesmos espanhóis, que haviam caído ante Barbosa, Augusto e Juvenal; Bauer, Danilo e Bigode; Maneca, Zizinho, Ademir, Jair e Chico.
O INCRÍVEL MARACANAZO – Era 16 de julho e, oficialmente, 173.850 pagantes foram registrados pelas catracas do Maracanã. Mas umas 200 mil pessoas poderiam estar na casa, pois, em determinado momento, as máquinas pararam de anotar os "entrantes". Pelos dias que antecederam a tarde da final do Mundial, a Seleção Brasileira já era saudada como a campeã do mundo. Na véspera do jogo, o jornal “O Mundo” publicou uma foto da equipe, sob a manchete: “Estes são os campeões do mundo!" E deveriam ter sido, pois eles chutaram 30 vezes ao gol, contra 12 tentativas dos uruguaios, que ninguém, antes, acreditava.
Tudo favorecia ao Brasil. Em 30 jogos entre as duas seleções, haviam sido registradas 13 vitórias nossas e 11 deles, além de seis empates. Fizemos 58 gols e eles 52. Dentro do clima de “já ganhou”, os brasileiros só levavam em conta um iten sobre a Celeste: a sua sorte, como no gol de empate, com a Espanha, para chegar à decisão. Só que ela tinha um grande capitão, Obdúlio Varela, que sabia inflamar os companheiros. Tanto que eles colocaram duas bolas contra as traves defendidas por Barbosa, além das duas nas nossas redes.
HORA ERRADA - A empolgação passava de todos os limites, na concentração da Seleção Brasileira. Dirigentes, visitantes e torcedores tinham a certeza da vitória. Extrapolava-se. Centenas de pessoas transformavam o local em um autêntico inferno. Os atletas não diferiam de ninguém. Só esperavam pelo fim da partida, para “cumprirem o óbvio”. Além de a imprensa produzir edições especiais, saudando os “novos campeões mundiais”, compositores compareciam com músicas falando da grande conquista.
Antes de a Seleção ir a campo, os atletas foram obrigados a ouvir vários discursos bombásticos, chamando-os de “legítimos campeões mundiais, herois de 50 milhões de brasileiros, mestres insuperáveis das arte de jogar futebol”, coisas assim, que só serviram pra pré-derrotá-los.
O carnaval estava pronto. A candidatura de Flávio Costa, a vereador, ganhava mais e mais adeptos. De sua parte, o treinador temia e alertava, repetidamente: “Ainda é cedo pra festejar um título que nem acabamos de disputar. Falta enfrentar os uruguaios, e eles são adversários dificílimos. Também, teem chances e lutarão por isso”. Mas ninguém lhe dava ouvidos. O que importava, simplesmente, era o pensamento: se o Brasil detonara Espanha e Suécia, não teria dificuldades pra fazer o mesmo com o Uruguai, que sofrera para tirar aqueles dois adversários da frente.
O JOGO – O Brasil foi pro jogo com tanta gana que cometeu 21 faltas, contra 11 dos uruguaios. Dominou todo o primeiro tempo, mas a Celeste segurou o placar de 0 x 0. Valeu-se do fato de Jair Rosa Pinto, com passos policiados por Obdúlio Varela, não ter conseguido entrar na sua área, como era uma sua característica, e da demorar nos chutes do goleador Ademir Menezes, atacante rápido e famoso pelos impressionantes rushes em direção ao gol.
Os uruguaios, capitaneados pela “coragem indômita e a indomável valentia” de Varela, como se escreveu, seguravam os brasileiros, com marcação forte e cerrada. Os ponteiros Friaça (direito) e Chico (esquerdo), por exemplo, tinham, respectivamente, Rodríguez Andrade e Gambetta, como selos apregados em suas camisas. Ademir, que já havia marcado nove gols, via o violento Matias Gonzalez querendo consumir até a sua sombra. Pra piorar, Tejera não deixava Zizinho respirar, quando atacava, e até o centroavante Schiaffino o marcava, quando recuava. A seleção de Flávio Costa era um Brasil freado. De nada adiantava Danilo Alvim e Bauer apoiarem bem. Atacando, desesperadamente, as vezes, abria-se a retaguarda aos contra-ataques celestes.
Pouco depois de o árbitro inglês George Reader apitar o reinício da partida, Zizinho roubou a bola sobrada de uma disputa, entre Friaça e Rodríguez Andrade, e mandou-a para Ademir, que lançou Friaça. Este, do bico da área, bateu cruzado, abrindo o placar. Para a torcida, se o Brasil só precisava empatar, para levar a taça, com 1 x 0 de vantagem, o mais era fazer o goleiro Máspoli não parar de visitar o fundo da rede.
Os uruguaios não aceitaram a derrota antecipada. Viram que Bigode, o lateral-esquerdo brasileiro, não estava bem. Famoso, por cometer faltas, seguidamente, o marcador alviazul achara de mudar a sua característica logo numa final de Copa do Mundo. Tentava jogar limpamente. Resultado: foi, pelo seu setor, que a Celeste mudou os destinos da decisão.
Ao 20 minutos, Alcides Gigghia deixou Bigode para trás, lançou Schiaffino e este empatou: 1 x 1. Aos 33, Gigghia repetiu o lance. Progrediu, pela direita e, em vez de voltar a cruzar a bola para Schiaffino, mandou-a para o gol, iludindo Barbosa. (foto) A pelota passou entre o goleiro e o poste esquerdo, no único erro do camisa 1 brasileiro em todo aquele Mundial: Uruguai 2 x 1, treinado por Juan López e aplaudido pela torcida anfitriã, quando Varela recebia a taça, das mãos do presidente da FIFA, Jules Rimet.
O time brasileiro foi: Barbosa, Augusto e Juvenal; Bigode, Danilo e Bauer; Friaça, Zizinho, Ademir, Jair e Chico. Uruguai: Máspoli, Matias González e Tejera; Gambeta, Obdúlio Varela e Rodrigues Andrade; Gigghia, Júlio Perez, Míguez, Schiaffino e Morán.
Para o IV Mundial de Futebol – e para ficaxr com a Taça Jules Rimet (foto), o Brasil construiu o maior estádio do mundo, o Maracanã, no Rio de Janeiro, inaugurado em 16 de junho de 1950, e iniciou a disputa com quatro grupos de quatro seleções, sem o sistema eliminatório vigorado em 1934/38.
Em 24 de junho, 81.649 torcedores assistiram à Seleção Brasileira golear os mexicanos, por 4 x 0, – gols de Ademir, aos 32 minutos do primeiro e aos 36 do segundo tempo; Jair, aos 21, e Baltazar, aos 27 da fase final – formando com: Barbosa, Augusto e Juvenal; Ely, Danilo e Bigode; Maneca, Ademir, Baltazar, Jair e Friaça.
Dez dias depois, uma equipe, predominantemente paulista, empatou com a Suíça, por 2 x 2, no Pacaembu. Barbosa, Augusto e Juvenal; Bauer, Ruy e Noronha; Alfredo, Maneca, Baltazar, Ademir e Friaça foi a formação, assistida por 42.032 pagantes. Alfredo, aos 2, e Baltazar, aos 31 minutos do primeiro tempo, marcaram os gols brasileiros.
De volta ao Maracanã, em 1º de julho, o técnico Flávio Costa manteve só Bauer, dos paulistas, no time. Zizinho tomou o lugar de Baltazar e Chico o de Friaça, na vitória, sobre a Iugoslávia, por 2 x 0. Aos três minutos, Ademir abriu o placar. Mas o segundo tento só foi surgir, aos 24 da etapa final, com Zizinho, o suficiente para classificar o Brasil, no Grupo 1, enquanto o 2 fora vencido pela Espanha, o 3 pela Suécia e o quatro pelo Uruguai.
Veio a fase decisiva, e o Brasil sapecou, em nove de julho, no Maracanã, 7 x 1 nos suecos. Só no primeiro tempo foram três gols – Ademir, aos 17 e aos 36, e Chico, aos 39 minutos. Na etapa final, Ademir marcou mais dois gols – aos 7 e aos 9 –, enquanto e Maneca, aos 40,e Chico, aos 43, completaram o serviço, testemunhado por 138.886 pagantes. O time foi: Barbosa, Augusto e Juvenal; Bauer, Danilo e Bigode; Maneca, Zizinho, Ademir, Jair e Chico (foto).
Estava bom demais. E melhorou em 13 de julho, no Maracanã, quando o Brasil mandou 6 x 1 pra cima dos espanhóis. Enquanto isso, no Pacaembu, o Uruguai virava, para 3 x 2, o jogo em que perdia para a Suécia. Quatro dias antes, já sofrera muito para empatar, por 2 x 2, como os mesmos espanhóis, que haviam caído ante Barbosa, Augusto e Juvenal; Bauer, Danilo e Bigode; Maneca, Zizinho, Ademir, Jair e Chico.
O INCRÍVEL MARACANAZO – Era 16 de julho e, oficialmente, 173.850 pagantes foram registrados pelas catracas do Maracanã. Mas umas 200 mil pessoas poderiam estar na casa, pois, em determinado momento, as máquinas pararam de anotar os "entrantes". Pelos dias que antecederam a tarde da final do Mundial, a Seleção Brasileira já era saudada como a campeã do mundo. Na véspera do jogo, o jornal “O Mundo” publicou uma foto da equipe, sob a manchete: “Estes são os campeões do mundo!" E deveriam ter sido, pois eles chutaram 30 vezes ao gol, contra 12 tentativas dos uruguaios, que ninguém, antes, acreditava.
Tudo favorecia ao Brasil. Em 30 jogos entre as duas seleções, haviam sido registradas 13 vitórias nossas e 11 deles, além de seis empates. Fizemos 58 gols e eles 52. Dentro do clima de “já ganhou”, os brasileiros só levavam em conta um iten sobre a Celeste: a sua sorte, como no gol de empate, com a Espanha, para chegar à decisão. Só que ela tinha um grande capitão, Obdúlio Varela, que sabia inflamar os companheiros. Tanto que eles colocaram duas bolas contra as traves defendidas por Barbosa, além das duas nas nossas redes.
HORA ERRADA - A empolgação passava de todos os limites, na concentração da Seleção Brasileira. Dirigentes, visitantes e torcedores tinham a certeza da vitória. Extrapolava-se. Centenas de pessoas transformavam o local em um autêntico inferno. Os atletas não diferiam de ninguém. Só esperavam pelo fim da partida, para “cumprirem o óbvio”. Além de a imprensa produzir edições especiais, saudando os “novos campeões mundiais”, compositores compareciam com músicas falando da grande conquista.
Antes de a Seleção ir a campo, os atletas foram obrigados a ouvir vários discursos bombásticos, chamando-os de “legítimos campeões mundiais, herois de 50 milhões de brasileiros, mestres insuperáveis das arte de jogar futebol”, coisas assim, que só serviram pra pré-derrotá-los.
O carnaval estava pronto. A candidatura de Flávio Costa, a vereador, ganhava mais e mais adeptos. De sua parte, o treinador temia e alertava, repetidamente: “Ainda é cedo pra festejar um título que nem acabamos de disputar. Falta enfrentar os uruguaios, e eles são adversários dificílimos. Também, teem chances e lutarão por isso”. Mas ninguém lhe dava ouvidos. O que importava, simplesmente, era o pensamento: se o Brasil detonara Espanha e Suécia, não teria dificuldades pra fazer o mesmo com o Uruguai, que sofrera para tirar aqueles dois adversários da frente.
O JOGO – O Brasil foi pro jogo com tanta gana que cometeu 21 faltas, contra 11 dos uruguaios. Dominou todo o primeiro tempo, mas a Celeste segurou o placar de 0 x 0. Valeu-se do fato de Jair Rosa Pinto, com passos policiados por Obdúlio Varela, não ter conseguido entrar na sua área, como era uma sua característica, e da demorar nos chutes do goleador Ademir Menezes, atacante rápido e famoso pelos impressionantes rushes em direção ao gol.
Os uruguaios, capitaneados pela “coragem indômita e a indomável valentia” de Varela, como se escreveu, seguravam os brasileiros, com marcação forte e cerrada. Os ponteiros Friaça (direito) e Chico (esquerdo), por exemplo, tinham, respectivamente, Rodríguez Andrade e Gambetta, como selos apregados em suas camisas. Ademir, que já havia marcado nove gols, via o violento Matias Gonzalez querendo consumir até a sua sombra. Pra piorar, Tejera não deixava Zizinho respirar, quando atacava, e até o centroavante Schiaffino o marcava, quando recuava. A seleção de Flávio Costa era um Brasil freado. De nada adiantava Danilo Alvim e Bauer apoiarem bem. Atacando, desesperadamente, as vezes, abria-se a retaguarda aos contra-ataques celestes.
Pouco depois de o árbitro inglês George Reader apitar o reinício da partida, Zizinho roubou a bola sobrada de uma disputa, entre Friaça e Rodríguez Andrade, e mandou-a para Ademir, que lançou Friaça. Este, do bico da área, bateu cruzado, abrindo o placar. Para a torcida, se o Brasil só precisava empatar, para levar a taça, com 1 x 0 de vantagem, o mais era fazer o goleiro Máspoli não parar de visitar o fundo da rede.
Os uruguaios não aceitaram a derrota antecipada. Viram que Bigode, o lateral-esquerdo brasileiro, não estava bem. Famoso, por cometer faltas, seguidamente, o marcador alviazul achara de mudar a sua característica logo numa final de Copa do Mundo. Tentava jogar limpamente. Resultado: foi, pelo seu setor, que a Celeste mudou os destinos da decisão.
Ao 20 minutos, Alcides Gigghia deixou Bigode para trás, lançou Schiaffino e este empatou: 1 x 1. Aos 33, Gigghia repetiu o lance. Progrediu, pela direita e, em vez de voltar a cruzar a bola para Schiaffino, mandou-a para o gol, iludindo Barbosa. (foto) A pelota passou entre o goleiro e o poste esquerdo, no único erro do camisa 1 brasileiro em todo aquele Mundial: Uruguai 2 x 1, treinado por Juan López e aplaudido pela torcida anfitriã, quando Varela recebia a taça, das mãos do presidente da FIFA, Jules Rimet.
O time brasileiro foi: Barbosa, Augusto e Juvenal; Bigode, Danilo e Bauer; Friaça, Zizinho, Ademir, Jair e Chico. Uruguai: Máspoli, Matias González e Tejera; Gambeta, Obdúlio Varela e Rodrigues Andrade; Gigghia, Júlio Perez, Míguez, Schiaffino e Morán.
JOGOS HISTÓRICOS – BRASIL 2 X 0 URSS-1958
O Brasil vivia os dourados anos-JK. Construía-se Brasília, surgia uma nova bossa de cantar baixinho, sentado em um banquinho, tocando violão; automóveis já eram fabricados no país; aumentava-se o consumo de eletrodomésticos; Erasmo conhecia Roberto e surgia um garoto magricela capaz de fazer coisas incríveis com uma bola. Estreara pela Seleção Brasileira em 7 de setembro de 1957, mrcando gls nos argentinos (foto).
Era 1958. Por aquele tempo, a Confederação Brasileira de Desportos, antecessora da CBF, mudara tudo o que fizera (de errado), antes, para preparar uma equipe e enviá-la à Copa do Mundo da Suécia. Mas, pra variar, não deixou de levar, na bagagem, um pouquinho de desorganização. Por exemplo, não numerou os jogadores, para ficar a história de que aquele trabalho teria sido feita, aleatoriamente, por um uruguaio, membro do Comitê Organizador da Fifa. Já não bastava eles terem nos tirado a Copa de 50?
Sorteados para o fortíssimo Grupo 4, os “canarinhos” estrearam no dia 8 de junho, vencendo a Áustria, no estádio Rimmewallen, em Uddevalla, por 3 x 0, com um futebol elegante, prático, deslumbrante. Mazolla, aos 38 minutos do primeiro tempo, e aos 35 do segundo, e Nilton Santos, aos 4 da etapa final, marcaram os gols. Ainda não se falava de Pelé e nem de Garrincha. O treinador Vicente Feola não tinha muita confiança neles, por vê-los muito jovens, o que não era o mesmo pensamento de Nilton Santos, Didi (foto/C) e Bellini, os três líderes da equipe.
Taticamente inovador, com o 4-2-4 que variava, para o 4-3-3, Feola abandonou o 2-3-5 dos Mundiais passados, e, além de Pelé e Mané Garrincha, deixou, também, Djalma Santos, Zito e Vavá na reserva. Preferiu apostar em Sordi, Dino Sani, Joel Martins, Mazolla e Dida, todos brancos. No máximo, morenos. E, como a turma se dera bem na estreia, era natural que fosse mantida – só Dida, que atuara mal, perdera a vaga – para o jogo de 11 de junho, em Goteborg, o empate com os ingleses, no primeiro 0 x 0 da história das Copas. Literalmente, o time branco de Seu Feola esbarrou em um goleiro com nome de lanchonete, McDonald.
A igualdade com o “time da rainha” fora preocupante, visto como alerta, pois, pelo que se comentava, o pior estaria por vir, diante da temível equipe que usava camisas vermelhas, carregando, no peito, as letras CCCP (União as Repúblicas Socialistas Soviéticas). Era o time campeão olímpico de 1956, com os mesmos atletas e que, segundo espalhava a propaganda do regime do Leste Europeu, seria programado pelo cérebro eletrônico. “Pelo quê?” Mané Garrincha (desdenho) conhecia geladeira, liquidificador, aspirador de pó, batedeira de bolo, essas coisas que via na concentração do Botafogo. “Célebro, o que mesmo, compadre?”, perguntava a Nilton Santos. Daquele barato estranho ele jamais ouvira falar. Mas prometia “esculhambar com essas maluquices de comunistas”, caso jogasse contra eles.
Pois bem! Como os “comunas” haviam vencido os austríacos e empatado com os ingleses, se o cérebro eletrônico produzisse uma pane na Seleção Brasileira, a coisa ficaria preta, para nós. E ficou, antes que ficasse. Nílton Santos, Didi e Bellini foram até a comissão técnica do “scratch” nacional e pressionaram pela escalação de um garoto escurinho, que tivera o apelido de Gasolina, e de um todo torto homem de Pau Grande – município de Magé, no estado do Rio de Janeiro. De quebra, pintou uma vaguinha, também, pra José Eli de Miranda, o futuro líder Zito, que marcava melhor do que o clássico Din Sani.
Chegou o dia do jogo, em 15 de junho, e Garrincha teria perguntado, logo, ao compadre Nílton Santos, que nunca confirmou a história. “O time do América, também, é comunista?”. Fazia sentido, para ele. Afinal, as camisas não eram iguais? Vermelhinhas! Enfim, rolou a bola e, de cara, Garrincha deixou a platéia com o queixo caído. De onde viera aquele sujeito? Nunca se vira nada igual em um campo de futebol. O lateral-esquerdo soviético, Kuznetsov, ficara tonto. Em poucos minutos, depois de driblar vários adversários, Mané mandou uma bola na trave. Pouco depois, fez um passe a Pelé, que, também, carimbou um poste defendido pelo “Aranha Negra” Yshin. Aos 3 minutos, Didi lançou Vavá e este acabou com tantos mistérios sobre a turma de Moscou: 1 x 0. O segundo gol, no entanto, só sairia aos 26 minutos do segundo tempo. Pelé tabelou com Vavá, que finalizou: 2 x 0. Depois daquele assombro, os comunistas, para irem adiante, precisaram vencer os ingleses, por 1 x 0, em um jogo extra, após 2 x 2 na primeira partida.
Pelé, quando veio a Brasília lançar o Filme “Pelé Eterno”, disse que não tivera conhecimento da tal reunião de Nilton Santos (foto), Didi e Bellini, com Feola, Paulo Machado de Carvalho (chefe da delegação) e Paulo Amaral (preparador físico), exigindo a sua entrada no time. E nem precisava. Ele era um menino. Mas que houve, houve. O Enciclopédia já contou isso, várias vezes, como contou, também, que é lenda os tais gritos do treinador, mandando-o voltar, no lance em que marcara seu gol contra a Áustria. “Se gritou, não ouvi nada”, afirmou.
Outra história que Nilton não confirma, do jogo contra os “russos”, é a de que, quando os dois times saíam de campo, no intervalo, Garrincha lhe indagara onde estava o tal cérebro eletrônico, que ele não vira. E não vira outras coisass, que se contam por aí, como: “Compadre, ouvi dizer que os comunistas iriam botar uma aranha preta debaixo das traves deles, pra gente não chegar perto. Não vi nem formiga no campo”. Esta seria uma alusão ao goleiro Yashin, o "Aranha Negra". Segundo Nilton Santos, aquilo “era sacanagem de João Saldanha e de Sandro Moreira”, dois jornalistas botafoguenses.
Enfim, entre bolas e lendas, depois dos soviéticos, o Brasil venceu o País de Gales, por 1 x 0; a França, por 5 x 2, e a Suécia, pelo mesmo placar, trazendo o “caneco” de um “torneio mixuruca, que não tem nem returno”, segundo Garrincha. Esta foi verdade, garante o seu compadre, que precisou lhe avisar que eles eram campeões do mundo, quando o “Torto” lhe cutucava, apontando pra Djalma Santos, dizendo. “Que falta de vergonha! Um negão daquele tamanho chorando”.
O Brasil venceu então União das Repúblicas Socialista Soviéticas, jogando com Gilmar; De Sordi, Bellini, Orlando e Nilton Santos; Zito e Didi; Garrincha, Vavá, Pelé e Zagallo. Os “russos”, treinados por Gavril Katchalin, foram: Yashin; Kesariev, Krijevski, Voinov e Kuznetsov; Tsrev e Aleksander Ivanov; Valentin Ivanov, Simonian, Igor Neto e Ilyin. A partida, assistida por 51 mil pagantes, foi jogada no estádio Nya Ullevi, em Gotemburgo, apitada pelo francês Maurice Guigue.
Era 1958. Por aquele tempo, a Confederação Brasileira de Desportos, antecessora da CBF, mudara tudo o que fizera (de errado), antes, para preparar uma equipe e enviá-la à Copa do Mundo da Suécia. Mas, pra variar, não deixou de levar, na bagagem, um pouquinho de desorganização. Por exemplo, não numerou os jogadores, para ficar a história de que aquele trabalho teria sido feita, aleatoriamente, por um uruguaio, membro do Comitê Organizador da Fifa. Já não bastava eles terem nos tirado a Copa de 50?
Sorteados para o fortíssimo Grupo 4, os “canarinhos” estrearam no dia 8 de junho, vencendo a Áustria, no estádio Rimmewallen, em Uddevalla, por 3 x 0, com um futebol elegante, prático, deslumbrante. Mazolla, aos 38 minutos do primeiro tempo, e aos 35 do segundo, e Nilton Santos, aos 4 da etapa final, marcaram os gols. Ainda não se falava de Pelé e nem de Garrincha. O treinador Vicente Feola não tinha muita confiança neles, por vê-los muito jovens, o que não era o mesmo pensamento de Nilton Santos, Didi (foto/C) e Bellini, os três líderes da equipe.
Taticamente inovador, com o 4-2-4 que variava, para o 4-3-3, Feola abandonou o 2-3-5 dos Mundiais passados, e, além de Pelé e Mané Garrincha, deixou, também, Djalma Santos, Zito e Vavá na reserva. Preferiu apostar em Sordi, Dino Sani, Joel Martins, Mazolla e Dida, todos brancos. No máximo, morenos. E, como a turma se dera bem na estreia, era natural que fosse mantida – só Dida, que atuara mal, perdera a vaga – para o jogo de 11 de junho, em Goteborg, o empate com os ingleses, no primeiro 0 x 0 da história das Copas. Literalmente, o time branco de Seu Feola esbarrou em um goleiro com nome de lanchonete, McDonald.
A igualdade com o “time da rainha” fora preocupante, visto como alerta, pois, pelo que se comentava, o pior estaria por vir, diante da temível equipe que usava camisas vermelhas, carregando, no peito, as letras CCCP (União as Repúblicas Socialistas Soviéticas). Era o time campeão olímpico de 1956, com os mesmos atletas e que, segundo espalhava a propaganda do regime do Leste Europeu, seria programado pelo cérebro eletrônico. “Pelo quê?” Mané Garrincha (desdenho) conhecia geladeira, liquidificador, aspirador de pó, batedeira de bolo, essas coisas que via na concentração do Botafogo. “Célebro, o que mesmo, compadre?”, perguntava a Nilton Santos. Daquele barato estranho ele jamais ouvira falar. Mas prometia “esculhambar com essas maluquices de comunistas”, caso jogasse contra eles.
Pois bem! Como os “comunas” haviam vencido os austríacos e empatado com os ingleses, se o cérebro eletrônico produzisse uma pane na Seleção Brasileira, a coisa ficaria preta, para nós. E ficou, antes que ficasse. Nílton Santos, Didi e Bellini foram até a comissão técnica do “scratch” nacional e pressionaram pela escalação de um garoto escurinho, que tivera o apelido de Gasolina, e de um todo torto homem de Pau Grande – município de Magé, no estado do Rio de Janeiro. De quebra, pintou uma vaguinha, também, pra José Eli de Miranda, o futuro líder Zito, que marcava melhor do que o clássico Din Sani.
Chegou o dia do jogo, em 15 de junho, e Garrincha teria perguntado, logo, ao compadre Nílton Santos, que nunca confirmou a história. “O time do América, também, é comunista?”. Fazia sentido, para ele. Afinal, as camisas não eram iguais? Vermelhinhas! Enfim, rolou a bola e, de cara, Garrincha deixou a platéia com o queixo caído. De onde viera aquele sujeito? Nunca se vira nada igual em um campo de futebol. O lateral-esquerdo soviético, Kuznetsov, ficara tonto. Em poucos minutos, depois de driblar vários adversários, Mané mandou uma bola na trave. Pouco depois, fez um passe a Pelé, que, também, carimbou um poste defendido pelo “Aranha Negra” Yshin. Aos 3 minutos, Didi lançou Vavá e este acabou com tantos mistérios sobre a turma de Moscou: 1 x 0. O segundo gol, no entanto, só sairia aos 26 minutos do segundo tempo. Pelé tabelou com Vavá, que finalizou: 2 x 0. Depois daquele assombro, os comunistas, para irem adiante, precisaram vencer os ingleses, por 1 x 0, em um jogo extra, após 2 x 2 na primeira partida.
Pelé, quando veio a Brasília lançar o Filme “Pelé Eterno”, disse que não tivera conhecimento da tal reunião de Nilton Santos (foto), Didi e Bellini, com Feola, Paulo Machado de Carvalho (chefe da delegação) e Paulo Amaral (preparador físico), exigindo a sua entrada no time. E nem precisava. Ele era um menino. Mas que houve, houve. O Enciclopédia já contou isso, várias vezes, como contou, também, que é lenda os tais gritos do treinador, mandando-o voltar, no lance em que marcara seu gol contra a Áustria. “Se gritou, não ouvi nada”, afirmou.
Outra história que Nilton não confirma, do jogo contra os “russos”, é a de que, quando os dois times saíam de campo, no intervalo, Garrincha lhe indagara onde estava o tal cérebro eletrônico, que ele não vira. E não vira outras coisass, que se contam por aí, como: “Compadre, ouvi dizer que os comunistas iriam botar uma aranha preta debaixo das traves deles, pra gente não chegar perto. Não vi nem formiga no campo”. Esta seria uma alusão ao goleiro Yashin, o "Aranha Negra". Segundo Nilton Santos, aquilo “era sacanagem de João Saldanha e de Sandro Moreira”, dois jornalistas botafoguenses.
Enfim, entre bolas e lendas, depois dos soviéticos, o Brasil venceu o País de Gales, por 1 x 0; a França, por 5 x 2, e a Suécia, pelo mesmo placar, trazendo o “caneco” de um “torneio mixuruca, que não tem nem returno”, segundo Garrincha. Esta foi verdade, garante o seu compadre, que precisou lhe avisar que eles eram campeões do mundo, quando o “Torto” lhe cutucava, apontando pra Djalma Santos, dizendo. “Que falta de vergonha! Um negão daquele tamanho chorando”.
O Brasil venceu então União das Repúblicas Socialista Soviéticas, jogando com Gilmar; De Sordi, Bellini, Orlando e Nilton Santos; Zito e Didi; Garrincha, Vavá, Pelé e Zagallo. Os “russos”, treinados por Gavril Katchalin, foram: Yashin; Kesariev, Krijevski, Voinov e Kuznetsov; Tsrev e Aleksander Ivanov; Valentin Ivanov, Simonian, Igor Neto e Ilyin. A partida, assistida por 51 mil pagantes, foi jogada no estádio Nya Ullevi, em Gotemburgo, apitada pelo francês Maurice Guigue.
JOGOS HISTÓRICOS – BRASIL 3 X 1 INGLATERRA - 1962
No dia 21 de março de 1960, o Chile foi sacudido por um violento terremoto que atingiu 400 km do seu território, destruindo, desabrigando e matando. A FIFA chegou a estudar transferir o Mundial para um outro país, mas os chilenos cumpriram tudo o que prometeram. Assim, em 30 de maio de 1962, a seleção chilena pisou no gramado do Estádio Nacional de Santiago, abrindo a competição e vencendo a Suíça, por 3 x 1, numa disputa que mantinha a fórmula usada em 1958, exceto na classificação da primeira fase, que privilegiava a equipe com o melhor saldo de gols, em caso de empate.
A Copa do Mundo de 1962 foi a consagração de Mané Garrincha, dentro de uma Seleção Brasileira quatro anos mais velha. Os titulares eram os mesmos de 1958, exceto Orlando – perdera a vaga, para Zózimo, porque estava jogando pelo argentino Boca Juniors e, na época, só se convocava quem atuava no país –, e Mauro – barrara Bellini, porque o capitão na Suécia não agradara ao técnico Aimoré Moreira, nas vitórias sobre os paraguaios – 2 x 0, em 30.04.1961, e 3 x 2, em 03.05, ambas pela Taça Osvaldo Cruz.
Em 7 de maio, nos 2 x 1, sobre o Chile, pela Taça O´Higgens, Aymoré Moreira – tornara-se o treinador devido problemas de saúde com Vicente Feola – entregou a zaga central a Mauro, que a segurou em Brasil 1 x 0, em 11.05.1961. Abatido pela barração, Bellini declarou que, na reserva, não sentia mais prazer em estar na Seleção. Pegou mal, muito mal. Ele até foi titular e capitão, ainda, em dois jogos pela Taça Osvaldo Cruz, nas goleadas – 6 x 0, em 21.04.1962, e 4 x 0, em 24.04, sobre o Paraguai – e em um amistoso – 2 x 1, em 06.05, contra Portugal. Além da troca de Feola, por Aymoré, e do capitão, uma outra mudança ocorreu na comissão técnica. Saiu o psicólogo João Carvalhaes, aquele que, em 1958, considerara Garrincha maluco, entrando Ataíde Ribeiro, em seu lugar.
O SHOW DE MANÉ - Seguramente, foi nos 3 x 1 sobre os ingleses que Garrincha (foto) se excedeu naquela Copa de 62. Mas não for fácil para o Brasil chegar até aquele dia. Logo na estreia, em 30 de maio, no Estádio Sausalito, em Viña del Mar, começou a perder Pelé, com uma distensão muscular, dor na virilha, que atingiu o clímax quando o camisa 10 chutou a gol, aos 25 minutos do 0 x 0 com a então Tcheco-Eslováquia, em 2 de junho. Perdia-se o “Rei”. Que mau! Mas estava escrito que aquela seria a Copa do Mané. Pra começo de conversa, o “Torto” já começara a aparecer no lance do primeiro gol contra os mexicanos. Livrara-se de Najera e lançara Pelé, que dera um toque na bola, à meia-altura, para Zagallo abrir o caminho do bi – Pelé fez o outro gol.
Antes daquele jogo, um incidente: Aymoré Moreira tentara devolver a zaga central à Bellini, tendo em vista que Mauro andara vacilão na estréia. Mauro, no entanto, reagiu, ameaçando ir embora, caso fosse barrado. E o time terminou sendo repetido no segundo jogo.
Copa vai, Copa vem, de repente, a seleção canarinha estava diante do terceiro grande problema, depois da contusão de Pelé e do “Caso Mauro”: a inferioridade no placar, em 6 de junho, ante os espanhóis. Se o árbitro não tivesse deixado de marcar um pênalti, cometido por Nilton Santos, dificilmente, Garrincha chegaria ao seu brilho máximo diante da Inglaterra, em 10 de junho. Ainda bem que Amarildo virou o placar e a Espanha foi passada pra trás: 2 x 1. Vale ressaltar que, no gol da virada, foi o Mané quem cruzou, da linha de fundo, para o “Possesso” cabecear para a rede.
Com a vaga garantida nas quartas-de-final, viera a grande tarde de domingo, em Sausalito, de onde os brasileiros não saíram, por terem sido os primeiros do se grupo, enquanto os britânicos foram os segundos no deles. Rolou a bola. Como a seleção de Aymoré Moreira mostrava-se muito enrolada, a partir dos 31 minutos do primeiro tempo, Garrincha resolveu acontecer. Chamou as responsabilidades para si. E abriu o plalcar, de forma inacreditável. Durante uma cobrança de escanteio, saltou junto com o grandalhão Norman, que era 12 centímetros mais alto, e conseguiu cabecear a bola para a rede. Os ingleses empataram, aos 36 minutos, por intermédio de Hitchens, mas, por aquilo, pagaram caro.
Após um primeiro tempo empatado, por 1 x 1, aos oito minutos da etapa final, Didi preparava-se para cobrar uma falta, pela direita, pertinho da grande área. Sem que ele pudesse imaginar, surgiu um moleque Garrincha à sua frente. E mandou o pé na pelota. O goleiro inglês Springett rebateu a bola para a frente, na cabeça de Vavá, que não o perdoou: 2 x 1. Aos 14, Garrincha viu o camisa um inglês adiantado e chutou, quase da intermediária, por cobertura: 3 x 1. Golão!
Cabeçada, chute por cobertura, cobrança de falta, normalmente, Garrincha não fazia nada daquilo, no Botafogo. De normal mesmo só ele dizer que não tinha medo do tal de “Fralda”, referindo-se a Flowers, o lateral que iria marcá-lo e que prometia sumir com ele do jogo. Naquele dia, porém, o Mané, que esteve “indomável”. Só não conseguiu dominar um cachorrinho preto (foto) que invadiu o gramado, antecipando-se às diabruras que ele iria aprontar. Depois de driblar o “Demônio da Copa”, o cãozinho só foi capturado quando o inglês Jimmy Greaves ajoelhou-se à sua frente e os dois ficaram olhos nos olhos, se namorando. Num bote rápido, o atacante fez o que Mané Garrincha não conseguira, único pecado do “Demônio das Pernas Tortas”.
O SHOW TEVE DE CONTINUAR - O jogo em que o Brasil venceu o Chile, por 4 x 2, em 13 de junho, pelas semifinais, pareceu a continuação dos 3 x 1 sobre a Inglaterra. Garrincha repetiu o baile dado nos ingleses. Aos 9 minutos, Zagallo chutou, a bola bateu em Amarildo e em Vavá, e sobrou para o “Torto” pegar, de canhota. O espírito do jogo contra aos ingleses já estava lhe baixando, novamente. E aquele gol era outra novidade, pois ele nunca chutava de esquerda.
O raio estava caindo, pela segunda vez, no mesmo lugar. Aos 32 minutos, Garrincha aprontou outra. Zagallo cobrou escanteio e ele subiu no meio da zaga, para cabecear e marcar: 2 x 0. No segundo tempo, aos dois minutos, Mané cobrou escanteio, Vavá cabeceou e o Brasil voltou à rede. O mesmo Vavá, aos 32, fechou o placar em 4 x 2. Pena que, aos 42 minutos, Mané tivesse sido expulso (foto) de campo, dedurado ao árbitro peruano Arturo Yamazaki, pelo auxiliar de arbitragem uruguaio Esteban Marino, que o acusara de agredir o lateral chileno Rojas. No meio da confusão, quando saía de campo, Mané levou uma pedrada, na cabeça, que teve de ser enfaixada. (foto).Em 17 de junho, o Brasil estava na final, contra a Tcheco-Eslováquia, com uma defesa carregando nas costas a média de 32 anos de idade – Nílton Santos estava com 37. Sem Pelé com Garrincha ardendo a 38 graus de febre, os canarinhos sofreram um gol, aos 15 minutos. Dois minutos depois, Amarildo, de 21 anos, o substituto de Pelé, empatou, e o primeiro tempo ficou por aquilo. Na fase final, Zito, aos 23, e Vavá, aos 32, garantiram o bi: 3 x 1.
FICHA TÉCNICA
Brasil 3 x 1 Inglaterra
Local: Estádio Sausalito, em Viña del Mar (CHI)
Público: 17.736 pagantes
Árbitro: Pierre Schwinte (FRA)
Gols: Garrincha, aos 32 e Hitchens, aos 39 min do 1º tempo; Vavá, aos 9, e Garrincha, aos 14 min do 2º tempo.
BRASIL Gilmar: Djalma Santos, Mauro, Zózimo e Nilton Santos: Zito e Didi; Garrincha, Vavá, Amarildo e Zagallo. Técnico: Aymoré Moreira.
INGLATERRA: Springett; Armfield, Wilson, Morre e Flowers; Norman, Douglas e Hitchens; Haynes, Greaves e Bobby Charlton. Técnico: Walter Winterbottom.
O CARA
Manoel Francisco dos Santos (Garrincha).
Nascimento: 28 de outubro de 1933, em Magé-RJ.
Viveu até: 20 de janeiro de 1982
Altura: 1,67m
Jogos disputados: 716
Gols marcados: 283
Jogou por: Botafogo, Corinthians, Atlético Junior (COL); Flamengo; Olaria; Fortaleza-CE; Alecrim-RN; Novo Hamburgo-RS; Seleção Brasileira e Seleção Carioca.
Títulos pela Seleção Brasileira: Copas do Mundo de 1958 e 62.
Pelo Botafogo: campeão carioca, em 1957, 61 e 62; do Torneio Rio-São Paulo de 1962 e 64; Taça de Paris, em 1963; Torneio João Teixeira de Carvalho, em 1958;Torneio Quadrangular do Rio de Janeiro, em 1954; Pentgonal de Clubes do México, em 1958; Torneio Interncional da Colômbi, em 1960;; VI Torneio Pentagonal do Méxicop, em 1962; Torneio Governador Magalhães Pinto, em 1964; Toreneio Jubileu de Ouro da Associação de Fdutebol de La Paz, em 1964; Torenio Qudangualr do Suriname, em 1964;, em 1964; Torneio Íbero-Americano Quadrangular de Buenos Aires, em 1964.
Pelo Corinthians: Tornei Rio-São Paulo de 1966.
A Copa do Mundo de 1962 foi a consagração de Mané Garrincha, dentro de uma Seleção Brasileira quatro anos mais velha. Os titulares eram os mesmos de 1958, exceto Orlando – perdera a vaga, para Zózimo, porque estava jogando pelo argentino Boca Juniors e, na época, só se convocava quem atuava no país –, e Mauro – barrara Bellini, porque o capitão na Suécia não agradara ao técnico Aimoré Moreira, nas vitórias sobre os paraguaios – 2 x 0, em 30.04.1961, e 3 x 2, em 03.05, ambas pela Taça Osvaldo Cruz.
Em 7 de maio, nos 2 x 1, sobre o Chile, pela Taça O´Higgens, Aymoré Moreira – tornara-se o treinador devido problemas de saúde com Vicente Feola – entregou a zaga central a Mauro, que a segurou em Brasil 1 x 0, em 11.05.1961. Abatido pela barração, Bellini declarou que, na reserva, não sentia mais prazer em estar na Seleção. Pegou mal, muito mal. Ele até foi titular e capitão, ainda, em dois jogos pela Taça Osvaldo Cruz, nas goleadas – 6 x 0, em 21.04.1962, e 4 x 0, em 24.04, sobre o Paraguai – e em um amistoso – 2 x 1, em 06.05, contra Portugal. Além da troca de Feola, por Aymoré, e do capitão, uma outra mudança ocorreu na comissão técnica. Saiu o psicólogo João Carvalhaes, aquele que, em 1958, considerara Garrincha maluco, entrando Ataíde Ribeiro, em seu lugar.
O SHOW DE MANÉ - Seguramente, foi nos 3 x 1 sobre os ingleses que Garrincha (foto) se excedeu naquela Copa de 62. Mas não for fácil para o Brasil chegar até aquele dia. Logo na estreia, em 30 de maio, no Estádio Sausalito, em Viña del Mar, começou a perder Pelé, com uma distensão muscular, dor na virilha, que atingiu o clímax quando o camisa 10 chutou a gol, aos 25 minutos do 0 x 0 com a então Tcheco-Eslováquia, em 2 de junho. Perdia-se o “Rei”. Que mau! Mas estava escrito que aquela seria a Copa do Mané. Pra começo de conversa, o “Torto” já começara a aparecer no lance do primeiro gol contra os mexicanos. Livrara-se de Najera e lançara Pelé, que dera um toque na bola, à meia-altura, para Zagallo abrir o caminho do bi – Pelé fez o outro gol.
Antes daquele jogo, um incidente: Aymoré Moreira tentara devolver a zaga central à Bellini, tendo em vista que Mauro andara vacilão na estréia. Mauro, no entanto, reagiu, ameaçando ir embora, caso fosse barrado. E o time terminou sendo repetido no segundo jogo.
Copa vai, Copa vem, de repente, a seleção canarinha estava diante do terceiro grande problema, depois da contusão de Pelé e do “Caso Mauro”: a inferioridade no placar, em 6 de junho, ante os espanhóis. Se o árbitro não tivesse deixado de marcar um pênalti, cometido por Nilton Santos, dificilmente, Garrincha chegaria ao seu brilho máximo diante da Inglaterra, em 10 de junho. Ainda bem que Amarildo virou o placar e a Espanha foi passada pra trás: 2 x 1. Vale ressaltar que, no gol da virada, foi o Mané quem cruzou, da linha de fundo, para o “Possesso” cabecear para a rede.
Com a vaga garantida nas quartas-de-final, viera a grande tarde de domingo, em Sausalito, de onde os brasileiros não saíram, por terem sido os primeiros do se grupo, enquanto os britânicos foram os segundos no deles. Rolou a bola. Como a seleção de Aymoré Moreira mostrava-se muito enrolada, a partir dos 31 minutos do primeiro tempo, Garrincha resolveu acontecer. Chamou as responsabilidades para si. E abriu o plalcar, de forma inacreditável. Durante uma cobrança de escanteio, saltou junto com o grandalhão Norman, que era 12 centímetros mais alto, e conseguiu cabecear a bola para a rede. Os ingleses empataram, aos 36 minutos, por intermédio de Hitchens, mas, por aquilo, pagaram caro.
Após um primeiro tempo empatado, por 1 x 1, aos oito minutos da etapa final, Didi preparava-se para cobrar uma falta, pela direita, pertinho da grande área. Sem que ele pudesse imaginar, surgiu um moleque Garrincha à sua frente. E mandou o pé na pelota. O goleiro inglês Springett rebateu a bola para a frente, na cabeça de Vavá, que não o perdoou: 2 x 1. Aos 14, Garrincha viu o camisa um inglês adiantado e chutou, quase da intermediária, por cobertura: 3 x 1. Golão!
Cabeçada, chute por cobertura, cobrança de falta, normalmente, Garrincha não fazia nada daquilo, no Botafogo. De normal mesmo só ele dizer que não tinha medo do tal de “Fralda”, referindo-se a Flowers, o lateral que iria marcá-lo e que prometia sumir com ele do jogo. Naquele dia, porém, o Mané, que esteve “indomável”. Só não conseguiu dominar um cachorrinho preto (foto) que invadiu o gramado, antecipando-se às diabruras que ele iria aprontar. Depois de driblar o “Demônio da Copa”, o cãozinho só foi capturado quando o inglês Jimmy Greaves ajoelhou-se à sua frente e os dois ficaram olhos nos olhos, se namorando. Num bote rápido, o atacante fez o que Mané Garrincha não conseguira, único pecado do “Demônio das Pernas Tortas”.
O SHOW TEVE DE CONTINUAR - O jogo em que o Brasil venceu o Chile, por 4 x 2, em 13 de junho, pelas semifinais, pareceu a continuação dos 3 x 1 sobre a Inglaterra. Garrincha repetiu o baile dado nos ingleses. Aos 9 minutos, Zagallo chutou, a bola bateu em Amarildo e em Vavá, e sobrou para o “Torto” pegar, de canhota. O espírito do jogo contra aos ingleses já estava lhe baixando, novamente. E aquele gol era outra novidade, pois ele nunca chutava de esquerda.
O raio estava caindo, pela segunda vez, no mesmo lugar. Aos 32 minutos, Garrincha aprontou outra. Zagallo cobrou escanteio e ele subiu no meio da zaga, para cabecear e marcar: 2 x 0. No segundo tempo, aos dois minutos, Mané cobrou escanteio, Vavá cabeceou e o Brasil voltou à rede. O mesmo Vavá, aos 32, fechou o placar em 4 x 2. Pena que, aos 42 minutos, Mané tivesse sido expulso (foto) de campo, dedurado ao árbitro peruano Arturo Yamazaki, pelo auxiliar de arbitragem uruguaio Esteban Marino, que o acusara de agredir o lateral chileno Rojas. No meio da confusão, quando saía de campo, Mané levou uma pedrada, na cabeça, que teve de ser enfaixada. (foto).Em 17 de junho, o Brasil estava na final, contra a Tcheco-Eslováquia, com uma defesa carregando nas costas a média de 32 anos de idade – Nílton Santos estava com 37. Sem Pelé com Garrincha ardendo a 38 graus de febre, os canarinhos sofreram um gol, aos 15 minutos. Dois minutos depois, Amarildo, de 21 anos, o substituto de Pelé, empatou, e o primeiro tempo ficou por aquilo. Na fase final, Zito, aos 23, e Vavá, aos 32, garantiram o bi: 3 x 1.
FICHA TÉCNICA
Brasil 3 x 1 Inglaterra
Local: Estádio Sausalito, em Viña del Mar (CHI)
Público: 17.736 pagantes
Árbitro: Pierre Schwinte (FRA)
Gols: Garrincha, aos 32 e Hitchens, aos 39 min do 1º tempo; Vavá, aos 9, e Garrincha, aos 14 min do 2º tempo.
BRASIL Gilmar: Djalma Santos, Mauro, Zózimo e Nilton Santos: Zito e Didi; Garrincha, Vavá, Amarildo e Zagallo. Técnico: Aymoré Moreira.
INGLATERRA: Springett; Armfield, Wilson, Morre e Flowers; Norman, Douglas e Hitchens; Haynes, Greaves e Bobby Charlton. Técnico: Walter Winterbottom.
O CARA
Manoel Francisco dos Santos (Garrincha).
Nascimento: 28 de outubro de 1933, em Magé-RJ.
Viveu até: 20 de janeiro de 1982
Altura: 1,67m
Jogos disputados: 716
Gols marcados: 283
Jogou por: Botafogo, Corinthians, Atlético Junior (COL); Flamengo; Olaria; Fortaleza-CE; Alecrim-RN; Novo Hamburgo-RS; Seleção Brasileira e Seleção Carioca.
Títulos pela Seleção Brasileira: Copas do Mundo de 1958 e 62.
Pelo Botafogo: campeão carioca, em 1957, 61 e 62; do Torneio Rio-São Paulo de 1962 e 64; Taça de Paris, em 1963; Torneio João Teixeira de Carvalho, em 1958;Torneio Quadrangular do Rio de Janeiro, em 1954; Pentgonal de Clubes do México, em 1958; Torneio Interncional da Colômbi, em 1960;; VI Torneio Pentagonal do Méxicop, em 1962; Torneio Governador Magalhães Pinto, em 1964; Toreneio Jubileu de Ouro da Associação de Fdutebol de La Paz, em 1964; Torenio Qudangualr do Suriname, em 1964;, em 1964; Torneio Íbero-Americano Quadrangular de Buenos Aires, em 1964.
Pelo Corinthians: Tornei Rio-São Paulo de 1966.
JOGOS HISTÓRICOS – BRASIL 2 X 0 BULGÁRIA - 1966
Foi a festa das festas. Tinha-se o tri com certo. Tanto que, para satisfazer a todos os cartolas, a então Confederação Brasileira de Desportos (CBD) convocou 47 jogadores para os treinos. No dia 17 de junho de 1966, a delegação brasileira partiu, para a Inglaterra, com grande torcida comparecendo ao embarque.
O primeiro a chegar foi o lateral-direito Fidélis, do Bangu, clube do supervisor Carlos Nascimento, que provocou a dispensa do melhor jogador da posição, Carlos Alberto Torres. Saudado, festivamente, pelos presentes ao aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, o banguense aproveitou para ir à praia, ao lado, jogar um flor na água. Esperava lhe dar sorte.
No festejado “embarque para o tri” estiveram presentes diversos cartolas, entre eles os presidentes Luís Murgel, do Fluminense, Nei Cidade Palmeiro, do Botafogo, Veiga Brito, do Flamengo e outros nomes de peso em seus clubes, como o vascaíno Antônio Calçada, o alvinegro Otávio Pinto Guimarães, o tricolor Dílson Guedes, o treinador botafoguense Admildo Chirol, junto com os jogadores Dimas e Mura, só para citar poucos. A balbúrdia no aeroporto era tanta, que os jogadores paulistas, chegados ao Rio em um voo especial, tiveram de ficar na sala destinada aos passageiros em trânsito. Até o comandante Bungner, o piloto que transportara as seleções de 58 e 62, virou estrela, muito filmado e solicitado para fotos.
Entre os jogadores, Paulo Henrique, lateral do Flamengo, precisou de cordão de isolamento para entrar no Galeão. O meia botafoguense Gérson levava vários livros de contos policiais para ler durante a viagem. O seu colega e goleiro Manga recebera autorização para embarcar na escala em Recife. O zagueiro vascaíno Fontana revelava a promessa de doar Cr$ 1 milhão de cruzeiros a uma instituição de caridade, caso voltasse tri. Já o tricolor Altair jurava não ter feito promessa nenhuma. Preferia colar na esposa. Ao contrário dele, outro tricolor, o volante Denílson, entre um autógrafo e outro, não escondia ter aceso velas, diariamente, para Nossa Senhor do Rosário ajudá-lo.
Durante confusão para o embarque, Amarildo perdeu uma maleta de mão. Uma faixa, com letras berrantes, escrito “Avante Brasil. Vai dar Zebra em Londres”, dava zebra er para o atacante. Mais sorte tivera Tosão, que conseguira fazer uma ligação telefônica, embora se recusando a dizer para quem. Enquanto isso, Alcindo sofria com os caçadores se suvenir, que queriam a sua gravata. Evidentemente, que Pelé foi o mais saudado. Mas ninguém conseguiu chegar perto dele. Mais malandro foi o “xerifão” cruzmaltino Brito, que aproveitou o clima de euforia, para discutir renovação de contrato com os cartolas de São Januário. Enquanto isso, Helena, a mulher do lateral Rildo, contava que era a primeira vez que ela comparecia a um embarque do marido.
De acordo com empregados da Varig, a delegação levava 825 quilos em bagagem. Só o roupeiro Aristides juntara 1.200 travas de chuteiras, altas e médias. O Boeing 707, para o vôo 834, da Varig, levando 27 jogadores, quando só poderia inscrever 22 no Mundial, deveria partir às 22h30. Teve saída antecipada, para as 22h, mas só decolou às 22h35. O primeiro a chegar ao aeroporto foi Carlos Nascimento, e João Havelange, o presidente da CBD, o último a embarcar. De carona, viajou, também, o árbitro Armando Marques, muito saudado pelos torcedores.
Na Europa, a seleção fez este diário: 18.06 - pousou na Espanha e hospedou-se no hotel Wellington; 21.06 - amistoso com o Atlético de Madrid, no Estádio Chamartin; 22.06 – viagem para a inglesa Londres e a escocesa Glasgow, hospedando-se no Marina Hotel, em Troon; 23.06 - treino no Estádi Kilmarnock, perto de Troon; 24.06 coletivo no Hampden Park; 25.06 – amistoso, contra a Escócia; 26.06 - viajou para Londres e a sueca Estocolmo, onde almoçou, no aeroporto, com jornalistas, seguindo-se viagem, de ônibus, para Atvidaberg e hospedagem no Hotel Stllet; 27 e 28.06 – treinos; 29.06 - viajou para Gotemburgo e hospedou-se no Hotel Park Avenue; 30.06 – amistoso, com a seleção sueca; 1º.07 – volta para Atividaberg e dois dias de treinos; 04.07 – volta a Estocolmo, homenagens na embaixada brasileira e amistoso com o AIK; 05.07 - nova visita à embaida e viagem para Malmoe. 06.07 – amistoso com o Malmoe; 07.07 - viagem para a inglesa Mancheter, com escala na dinamarquesa Copenhague; 08/9/10/11.07 - treinos em Bolton.
ROLA A BOLA - Eram 19h30 locais – 15h30 no Brasil – do dia 12 de julho, quando a seleção do técnico Vicente Feola rolou a bola, em busca do tri. O jogo, apitado pelo alemão Kurt Tschencher, foi contra a Bulgária, no estádio do Everton, o Goodson Park, em Liverpool, diante de 47 mil pagantes. Ligados no rádio, pois ainda não havia transmissão direta pelas TVs brasileiras, os torcedores nem imaginavam que aquela seria a última partida em que a dupla Garrincha-Pelé atuaria junta. Em oito anos de parceria, 31 jogos, sem derrotas, pela Seleção Brasileira.
Vicente Feola escalou cinco jogadores que usara no Mundial 1858 – Gilmar, Djalma Santos, Bellini, Garrincha e Pelé – e Jairzinho na ponta-esquerda, onde ele jamais atuara, para encarar os búlgaros. Até que funcionou. Aos 15 minutos do primeiro tempo, Pelé cobrou falta e marcou o primeiro gol da VIII Copa do Mundo. E, por 1 x 0, no primeiro tempo, o time canarinho animava todo o Brasil. Veio a segunda etapa e, aos 18 minutos, em nova cobrança de falta, Mané Garrincha, de pé direito, mandava uma curva na bola, que o goleiro búlgaro Naidenov não conseguia parar: 2 x 0, fim de papo e mais esperanças de tri.
A vitória, no entanto, não dava para enganar. Os canarinhos, fisicamente, mostraram-se piores do que os jogadores búlgaros, que formavam uma equipe fraca, toda fechada e que só sabia descer a botina sobre Pelé. Tanto que deixaram o “Rei” (desenho) em péssimas condições para o segundo jogo, contra a Hungria, três dias depois, no mesmo estádio, onde o Brasil caiu, por 3 x 1, poupando seu camisa 10 – entrou Tostão – trocando Denílson, por Gérson, recuperado de lesão, e recuando Lima. Aquela, por sinal, fora a última partida de Garrincha com a camisa da Seleção.
Assim, o “saldo” da vitória sobre a Bulgária foi o fim de uma invencibilidade de 12 anos, ou 13 jogos invictos em Copas do Mundo. A última derrota fora para a mesma Hungria, por 4 x 2, no Mundial de 1954, na Suíça. Por fim, em um Mundial para ser esquecido, a Seleção Brasileira foi eliminada ainda na primeira fase, em 19 de julho, também, no Goodson Park, com os 3 x 1 impostos por Portugal.
FICHA TÉCNICA
Local: Goodson Park, em Liverpool (ING)
Árbitro: Kurt Tschencher (ALE)
Gols: Pelé, aos 15 min do 1º tempo, e Garrincha, aos 18 min do 2º tempo.
Público: 47 mil pagantes.
Brasil: Gilmar; Djalma Santos, Bellini, Altair e Paulo Henrique; Denílson e Lima; Garrincha, Alcindo, Pelé e Jairzinho.
Bulgária: Naidenov; Shalamanova, Penev, Kutzov e Gaganelov; Jetchev e Kitov; Dermendjev, Asparukhov, Yakimov e Kolev.
O CARA
Nome: Edson Arantes do Nascimento (Pelé).
Nascimento: 23 de outubro de 1940, em Três Corações (MG).
Onde jogou: Santos (SP), Seleção Brasileira, Cosmos (EUA).
Principais títulos: Copas do Mundo de 1958/62/70; Mundial Interclubes de 1962/63; Taça Libertadores de 1962/63; Recopa Sul-Americana e dos Campeões Intercontinentais de 1968; Taça Brasil de 1961/62/63/64/65; Torneio Roberto Gomes Pedrosa de 1968; Torneio Rio-São Paulo de 1959,1963,1964,1966; Estadual Paulistas de 1960/61/62/64/65/67/68/69/73.
O primeiro a chegar foi o lateral-direito Fidélis, do Bangu, clube do supervisor Carlos Nascimento, que provocou a dispensa do melhor jogador da posição, Carlos Alberto Torres. Saudado, festivamente, pelos presentes ao aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, o banguense aproveitou para ir à praia, ao lado, jogar um flor na água. Esperava lhe dar sorte.
No festejado “embarque para o tri” estiveram presentes diversos cartolas, entre eles os presidentes Luís Murgel, do Fluminense, Nei Cidade Palmeiro, do Botafogo, Veiga Brito, do Flamengo e outros nomes de peso em seus clubes, como o vascaíno Antônio Calçada, o alvinegro Otávio Pinto Guimarães, o tricolor Dílson Guedes, o treinador botafoguense Admildo Chirol, junto com os jogadores Dimas e Mura, só para citar poucos. A balbúrdia no aeroporto era tanta, que os jogadores paulistas, chegados ao Rio em um voo especial, tiveram de ficar na sala destinada aos passageiros em trânsito. Até o comandante Bungner, o piloto que transportara as seleções de 58 e 62, virou estrela, muito filmado e solicitado para fotos.
Entre os jogadores, Paulo Henrique, lateral do Flamengo, precisou de cordão de isolamento para entrar no Galeão. O meia botafoguense Gérson levava vários livros de contos policiais para ler durante a viagem. O seu colega e goleiro Manga recebera autorização para embarcar na escala em Recife. O zagueiro vascaíno Fontana revelava a promessa de doar Cr$ 1 milhão de cruzeiros a uma instituição de caridade, caso voltasse tri. Já o tricolor Altair jurava não ter feito promessa nenhuma. Preferia colar na esposa. Ao contrário dele, outro tricolor, o volante Denílson, entre um autógrafo e outro, não escondia ter aceso velas, diariamente, para Nossa Senhor do Rosário ajudá-lo.
Durante confusão para o embarque, Amarildo perdeu uma maleta de mão. Uma faixa, com letras berrantes, escrito “Avante Brasil. Vai dar Zebra em Londres”, dava zebra er para o atacante. Mais sorte tivera Tosão, que conseguira fazer uma ligação telefônica, embora se recusando a dizer para quem. Enquanto isso, Alcindo sofria com os caçadores se suvenir, que queriam a sua gravata. Evidentemente, que Pelé foi o mais saudado. Mas ninguém conseguiu chegar perto dele. Mais malandro foi o “xerifão” cruzmaltino Brito, que aproveitou o clima de euforia, para discutir renovação de contrato com os cartolas de São Januário. Enquanto isso, Helena, a mulher do lateral Rildo, contava que era a primeira vez que ela comparecia a um embarque do marido.
De acordo com empregados da Varig, a delegação levava 825 quilos em bagagem. Só o roupeiro Aristides juntara 1.200 travas de chuteiras, altas e médias. O Boeing 707, para o vôo 834, da Varig, levando 27 jogadores, quando só poderia inscrever 22 no Mundial, deveria partir às 22h30. Teve saída antecipada, para as 22h, mas só decolou às 22h35. O primeiro a chegar ao aeroporto foi Carlos Nascimento, e João Havelange, o presidente da CBD, o último a embarcar. De carona, viajou, também, o árbitro Armando Marques, muito saudado pelos torcedores.
Na Europa, a seleção fez este diário: 18.06 - pousou na Espanha e hospedou-se no hotel Wellington; 21.06 - amistoso com o Atlético de Madrid, no Estádio Chamartin; 22.06 – viagem para a inglesa Londres e a escocesa Glasgow, hospedando-se no Marina Hotel, em Troon; 23.06 - treino no Estádi Kilmarnock, perto de Troon; 24.06 coletivo no Hampden Park; 25.06 – amistoso, contra a Escócia; 26.06 - viajou para Londres e a sueca Estocolmo, onde almoçou, no aeroporto, com jornalistas, seguindo-se viagem, de ônibus, para Atvidaberg e hospedagem no Hotel Stllet; 27 e 28.06 – treinos; 29.06 - viajou para Gotemburgo e hospedou-se no Hotel Park Avenue; 30.06 – amistoso, com a seleção sueca; 1º.07 – volta para Atividaberg e dois dias de treinos; 04.07 – volta a Estocolmo, homenagens na embaixada brasileira e amistoso com o AIK; 05.07 - nova visita à embaida e viagem para Malmoe. 06.07 – amistoso com o Malmoe; 07.07 - viagem para a inglesa Mancheter, com escala na dinamarquesa Copenhague; 08/9/10/11.07 - treinos em Bolton.
ROLA A BOLA - Eram 19h30 locais – 15h30 no Brasil – do dia 12 de julho, quando a seleção do técnico Vicente Feola rolou a bola, em busca do tri. O jogo, apitado pelo alemão Kurt Tschencher, foi contra a Bulgária, no estádio do Everton, o Goodson Park, em Liverpool, diante de 47 mil pagantes. Ligados no rádio, pois ainda não havia transmissão direta pelas TVs brasileiras, os torcedores nem imaginavam que aquela seria a última partida em que a dupla Garrincha-Pelé atuaria junta. Em oito anos de parceria, 31 jogos, sem derrotas, pela Seleção Brasileira.
Vicente Feola escalou cinco jogadores que usara no Mundial 1858 – Gilmar, Djalma Santos, Bellini, Garrincha e Pelé – e Jairzinho na ponta-esquerda, onde ele jamais atuara, para encarar os búlgaros. Até que funcionou. Aos 15 minutos do primeiro tempo, Pelé cobrou falta e marcou o primeiro gol da VIII Copa do Mundo. E, por 1 x 0, no primeiro tempo, o time canarinho animava todo o Brasil. Veio a segunda etapa e, aos 18 minutos, em nova cobrança de falta, Mané Garrincha, de pé direito, mandava uma curva na bola, que o goleiro búlgaro Naidenov não conseguia parar: 2 x 0, fim de papo e mais esperanças de tri.
A vitória, no entanto, não dava para enganar. Os canarinhos, fisicamente, mostraram-se piores do que os jogadores búlgaros, que formavam uma equipe fraca, toda fechada e que só sabia descer a botina sobre Pelé. Tanto que deixaram o “Rei” (desenho) em péssimas condições para o segundo jogo, contra a Hungria, três dias depois, no mesmo estádio, onde o Brasil caiu, por 3 x 1, poupando seu camisa 10 – entrou Tostão – trocando Denílson, por Gérson, recuperado de lesão, e recuando Lima. Aquela, por sinal, fora a última partida de Garrincha com a camisa da Seleção.
Assim, o “saldo” da vitória sobre a Bulgária foi o fim de uma invencibilidade de 12 anos, ou 13 jogos invictos em Copas do Mundo. A última derrota fora para a mesma Hungria, por 4 x 2, no Mundial de 1954, na Suíça. Por fim, em um Mundial para ser esquecido, a Seleção Brasileira foi eliminada ainda na primeira fase, em 19 de julho, também, no Goodson Park, com os 3 x 1 impostos por Portugal.
FICHA TÉCNICA
Local: Goodson Park, em Liverpool (ING)
Árbitro: Kurt Tschencher (ALE)
Gols: Pelé, aos 15 min do 1º tempo, e Garrincha, aos 18 min do 2º tempo.
Público: 47 mil pagantes.
Brasil: Gilmar; Djalma Santos, Bellini, Altair e Paulo Henrique; Denílson e Lima; Garrincha, Alcindo, Pelé e Jairzinho.
Bulgária: Naidenov; Shalamanova, Penev, Kutzov e Gaganelov; Jetchev e Kitov; Dermendjev, Asparukhov, Yakimov e Kolev.
O CARA
Nome: Edson Arantes do Nascimento (Pelé).
Nascimento: 23 de outubro de 1940, em Três Corações (MG).
Onde jogou: Santos (SP), Seleção Brasileira, Cosmos (EUA).
Principais títulos: Copas do Mundo de 1958/62/70; Mundial Interclubes de 1962/63; Taça Libertadores de 1962/63; Recopa Sul-Americana e dos Campeões Intercontinentais de 1968; Taça Brasil de 1961/62/63/64/65; Torneio Roberto Gomes Pedrosa de 1968; Torneio Rio-São Paulo de 1959,1963,1964,1966; Estadual Paulistas de 1960/61/62/64/65/67/68/69/73.
JOGOS HISTÓRICOS – INGLATERRA 4 X 2 ALEMANHA-1966
Os ingleses se consideram os inventores do futebol. Na realidade, o ato de chutar uma bola é antiquíssimo. Há 2.500 anos antes de Cristo os chineses já castigavam uma pelota de couro. E mais e mais exemplos rolaram ao longo da história. Digamos que os súditos da rainha deram o cunho moderno à coisa.
Este novo capítulo começa no século XIX, quando estudantes londrinos praticavam a modalidade, com regras diferentes em cada colégio. Aquilo, no mínimo, era um convite a brigas e discussões. Para evitá-las, em 26 de outubro de 1863, jovens footballers reuniram-se na taberna Freemason´s, para definir uma lei única. Só que terminaram desentendo-se. Moral da história: uma patota criou uma liga para o rugby e a outro a primeira entidade regularizadora do “ludopédio”, a Football Association, que saiu distribuindo a sua cartilha pelas escolas de Londres, a capital inglesa. Assim, os conterrâneos dos quatro cabeludos de Liverpool são os organizadores da festa. Vá lá, então, que os deixemos se considerarem os pais da criança, que desde 1904 obedece “tiazona” Federação Internacional de Futebol Associado, a FIFA, a coordenadora mundial da modalidade.
Muito bem! Há quem diga que o futebol tem sido muito ingrato com os seus “criadores”, já que o English Team só ganhou uma Copa do Mundo, a de 1966, que eles promoveram. Bola fora, pois os arrogantes ingleses não deram bolas para as três primeiras disputas, em 1930, 34 e 38, só vindo a entrar na brincadeira a 1950, no Brasil.
A COPA ROUBADA – Era domingo, 20 de março de 1966. Na tarde daquele dia, um sujeito chamado Edward Betchley foi até vitrine do Westminster Center Hall e roubou a Taça Jules Rimet, que promovia uma exposição de selos raros dos 16 países que estavam a 113 dias do Mundial que a Inglaterra ganhara o direito de promovê-la durante o Congresso da Fifa, em 1969, em Roma.
Para devolvê-la, o ladrão exigiu 15 mil libras. No entanto, três dias depois ele caiu nas nãos da Scotland Yard, embora se recusando a revelar onde escondera a “mulher alada”. E, como os policiais procuraram em vão, coube ao cãozinho Pickles (foto), farejando arbustos, pelo sul de Londres, encontrá-la, enrolada em jornais. Aí, quem se deu bem foi o seu proprietário, David Corbett, que levou uma recompensa de 3 mil libras, valor três vezes superior ao prêmio dos campeões mundiais. Sem falar que ele ainda tornou-se convidado de honra para o jogo de abertura da Copa. Aliás, cachorros e Inglaterra sempre se cruzaram em Copas do Mundo. Em 1962, no jogo dela contra o Brasil, em Vinh del Mar, um totozinho preto invadiu o gramado e aprontou. Depois de driblar Garrincha, o cão só foi capturado quando Jimmy Greaves ajoelhou-se à sua frente e os dois ficaram olhos nos olhos, se namorando. Num bote rápido, o atacante fez o que Mané Garrincha não conseguira, único pecado do “Demônio das Pernas Tortas” naquela partida.
Enfim, passado o susto, a comoção mundial e as desconfianças de que o sumiço da taça fora um golpe de marketing, a bola rolou e os árbitros, na dúvida, não deixaram de da uma “mãozinha” oara os anfitriões, que receberam 71 inscrições para o seu Mundial, se bem que 17 africanos tiraram o time de campo, antes das Eliminatórias, por não aceitarem jogar contra seleções da Ásia e da Oceania.
ROLOU A FESTA - Os ingleses começaram a caça à taça em 11 de julho de 1966, no já demolido estádio de Wembley, empatando, por 0 x 0 Uruguai abriu. Depois, mandaram o mesmo placar de 2 x 0 pra cima de mexicanos e franceses, e foram continuar a onda nas quartas de final, com 1 x 0 sobre os argentinos que tiveram um atleta, Rattin, expulso de campo, pelo árbitro alemão Rudolf Kreitlein.
Vieram as semifinais, e a Inglaterra, com uma belíssima exibição de Bobby Charlton, eliminou Portugal, que vinha sendo uma das grandes sensações daquele Mundial: 2 x 1 e o passaporte para a decisão, contra os alemães, que, comandados por Beckenbauer, haviam tirado a então União Soviética, também, por 2 x 1.
Os ingleses jogaram, sempre, em Londres. Na sua capital, em 30 de julho, eles precisaram disputar uma prorrogação para ficarem com a taça. De início, um susto: o alemão Haller abriu o placar, aos 12 minutos. Mas Geoffrei Hurst colocou a casa em ordem, aos 18, para Martin Peter desempatar, aos 33 da etapa final. A turma já comemorava, quando Webber, aos 45 minutos, na última bola do jogo, deixou tudo nos 2 x 2.
Veio a prorrogação e, aí, não teve pra ninguém. Os ingleses carregaram a taça, com dois gols de Hurst. Aos 11 minutos, ele apanhou um rebote, pegou de primeira, a bola bateu na parte interna do travessão e, até hoje, se caiu dentro, ou não, é uma tremenda discussão. Para o árbitro, foi gol. Depois, aos 15 minutos do segundo tempo, Hurst fechou o placar em 4 x 2. Uns 40 nos depois, ele disse que a bola não havia entrado. Embora Geoffrey Hurst tenha marcado três gols na final, o “cara” daquela conquista foi Bobby Charlton. Jogou demais, foi o melhor da Copa. Mereceu caregar a taça (foto).
FICHA TÉCNICA
Local: Wembley
Gols: Haller, aos 12, e Hurst, aos 18 min do 1º tempo; Martin Peters, aos 33 e Weber, os 45 min do 2º tempo; Hurts, aos 11 do 1º e aos 15 min do 2º tempo da prorrogação.
Público: 100 mil presentes.
Árbitro: Gottfried Dienstg (SUI)
INGLATERRA: Banks; Cohen, Jack Charlton, Bobby Moore e Wilson; Nobby Stiles e Bobby Charlton; Alan kBall, Hurst, Roger Hunt e Peters. Técnico: Alf Ramsey. ALEMANHA: Tillkowsky; Hottges, Schulz, Weber e Schinellinger; Beckenbauer, Halller e Overath; Seeler, Held e Emmerich. Técnico: Helmut Schoen.
O CARA
Nome: Robert Charlton.
Nascimento: 11.10.1937.
Local: Ashington
Altura: 1,67m.
Títulos: Nacional de 1956/57/65/67; Copa da Inglaterra de 1963; Copa dos Campeões da Europa de 1968 e Copa do Mundo de 1966.
Jogou por: Preston North End e Manchester United.
Este novo capítulo começa no século XIX, quando estudantes londrinos praticavam a modalidade, com regras diferentes em cada colégio. Aquilo, no mínimo, era um convite a brigas e discussões. Para evitá-las, em 26 de outubro de 1863, jovens footballers reuniram-se na taberna Freemason´s, para definir uma lei única. Só que terminaram desentendo-se. Moral da história: uma patota criou uma liga para o rugby e a outro a primeira entidade regularizadora do “ludopédio”, a Football Association, que saiu distribuindo a sua cartilha pelas escolas de Londres, a capital inglesa. Assim, os conterrâneos dos quatro cabeludos de Liverpool são os organizadores da festa. Vá lá, então, que os deixemos se considerarem os pais da criança, que desde 1904 obedece “tiazona” Federação Internacional de Futebol Associado, a FIFA, a coordenadora mundial da modalidade.
Muito bem! Há quem diga que o futebol tem sido muito ingrato com os seus “criadores”, já que o English Team só ganhou uma Copa do Mundo, a de 1966, que eles promoveram. Bola fora, pois os arrogantes ingleses não deram bolas para as três primeiras disputas, em 1930, 34 e 38, só vindo a entrar na brincadeira a 1950, no Brasil.
A COPA ROUBADA – Era domingo, 20 de março de 1966. Na tarde daquele dia, um sujeito chamado Edward Betchley foi até vitrine do Westminster Center Hall e roubou a Taça Jules Rimet, que promovia uma exposição de selos raros dos 16 países que estavam a 113 dias do Mundial que a Inglaterra ganhara o direito de promovê-la durante o Congresso da Fifa, em 1969, em Roma.
Para devolvê-la, o ladrão exigiu 15 mil libras. No entanto, três dias depois ele caiu nas nãos da Scotland Yard, embora se recusando a revelar onde escondera a “mulher alada”. E, como os policiais procuraram em vão, coube ao cãozinho Pickles (foto), farejando arbustos, pelo sul de Londres, encontrá-la, enrolada em jornais. Aí, quem se deu bem foi o seu proprietário, David Corbett, que levou uma recompensa de 3 mil libras, valor três vezes superior ao prêmio dos campeões mundiais. Sem falar que ele ainda tornou-se convidado de honra para o jogo de abertura da Copa. Aliás, cachorros e Inglaterra sempre se cruzaram em Copas do Mundo. Em 1962, no jogo dela contra o Brasil, em Vinh del Mar, um totozinho preto invadiu o gramado e aprontou. Depois de driblar Garrincha, o cão só foi capturado quando Jimmy Greaves ajoelhou-se à sua frente e os dois ficaram olhos nos olhos, se namorando. Num bote rápido, o atacante fez o que Mané Garrincha não conseguira, único pecado do “Demônio das Pernas Tortas” naquela partida.
Enfim, passado o susto, a comoção mundial e as desconfianças de que o sumiço da taça fora um golpe de marketing, a bola rolou e os árbitros, na dúvida, não deixaram de da uma “mãozinha” oara os anfitriões, que receberam 71 inscrições para o seu Mundial, se bem que 17 africanos tiraram o time de campo, antes das Eliminatórias, por não aceitarem jogar contra seleções da Ásia e da Oceania.
ROLOU A FESTA - Os ingleses começaram a caça à taça em 11 de julho de 1966, no já demolido estádio de Wembley, empatando, por 0 x 0 Uruguai abriu. Depois, mandaram o mesmo placar de 2 x 0 pra cima de mexicanos e franceses, e foram continuar a onda nas quartas de final, com 1 x 0 sobre os argentinos que tiveram um atleta, Rattin, expulso de campo, pelo árbitro alemão Rudolf Kreitlein.
Vieram as semifinais, e a Inglaterra, com uma belíssima exibição de Bobby Charlton, eliminou Portugal, que vinha sendo uma das grandes sensações daquele Mundial: 2 x 1 e o passaporte para a decisão, contra os alemães, que, comandados por Beckenbauer, haviam tirado a então União Soviética, também, por 2 x 1.
Os ingleses jogaram, sempre, em Londres. Na sua capital, em 30 de julho, eles precisaram disputar uma prorrogação para ficarem com a taça. De início, um susto: o alemão Haller abriu o placar, aos 12 minutos. Mas Geoffrei Hurst colocou a casa em ordem, aos 18, para Martin Peter desempatar, aos 33 da etapa final. A turma já comemorava, quando Webber, aos 45 minutos, na última bola do jogo, deixou tudo nos 2 x 2.
Veio a prorrogação e, aí, não teve pra ninguém. Os ingleses carregaram a taça, com dois gols de Hurst. Aos 11 minutos, ele apanhou um rebote, pegou de primeira, a bola bateu na parte interna do travessão e, até hoje, se caiu dentro, ou não, é uma tremenda discussão. Para o árbitro, foi gol. Depois, aos 15 minutos do segundo tempo, Hurst fechou o placar em 4 x 2. Uns 40 nos depois, ele disse que a bola não havia entrado. Embora Geoffrey Hurst tenha marcado três gols na final, o “cara” daquela conquista foi Bobby Charlton. Jogou demais, foi o melhor da Copa. Mereceu caregar a taça (foto).
FICHA TÉCNICA
Local: Wembley
Gols: Haller, aos 12, e Hurst, aos 18 min do 1º tempo; Martin Peters, aos 33 e Weber, os 45 min do 2º tempo; Hurts, aos 11 do 1º e aos 15 min do 2º tempo da prorrogação.
Público: 100 mil presentes.
Árbitro: Gottfried Dienstg (SUI)
INGLATERRA: Banks; Cohen, Jack Charlton, Bobby Moore e Wilson; Nobby Stiles e Bobby Charlton; Alan kBall, Hurst, Roger Hunt e Peters. Técnico: Alf Ramsey. ALEMANHA: Tillkowsky; Hottges, Schulz, Weber e Schinellinger; Beckenbauer, Halller e Overath; Seeler, Held e Emmerich. Técnico: Helmut Schoen.
O CARA
Nome: Robert Charlton.
Nascimento: 11.10.1937.
Local: Ashington
Altura: 1,67m.
Títulos: Nacional de 1956/57/65/67; Copa da Inglaterra de 1963; Copa dos Campeões da Europa de 1968 e Copa do Mundo de 1966.
Jogou por: Preston North End e Manchester United.
sexta-feira, 4 de junho de 2010
JOGOS HISTÓRICOS – BRASIL 4 X 1 ITÁLIA-1970
O Brasil não ganhava uma Copa do Mundo desde 1962. Mas, a partir de 1968, via o seu PIB (Produto Intrno Bruto, que mede a riqueza da nação) vencer o de todas as pátrias, de chuteiras, ou não. Era a época do “milagre econômico” dos governos miltares que impuseram ao país uma didatura de 21 anos.
Em 1970, o regime do general Emílio Garrastazu Medici precisava da volta da Taça Jules Rimet, para coroar uma fase em que a classe média já tinha dois carros na gargem. Ao som da marchinha “Pra Frente Brasil”, de Miguel Gustavo, a tortura e a censura eram escanteadas, para o povo imaginar que fosse muito feliz, sem saber. “Se houvesse eleição direta, para presidente da república, naquela época, o general ganharia, com facilidade”, constatava, anos depois, o futuro ocupante daquele cargo, o ex-líder operário Luiz Inácio Lula da Silva.
Saiu tudo como deveria ser. Após seis vitórias nas Eliminatórias e mais seis durante as disputas no México, a Seleção ficou tri. Trilegal! De quebra, levou a consideração de melhor equipe nacional de todos os tempos. Para isso, porém, foi preciso dar um jeito nas bagunças que culminaram com o estrondoso fracasso na Copa-66, na Inglaterra.
Antes de chegar ao México, a equipe canarinha trocou o seu treinador comunista, João Saldanha, que não aceitava palpites da ditadura em sua equipe – ela que escalasse o seu ministério –, por Mário Jorge Lobo Zagallo, bicmpeão, como atleta, em 1958/62, e que vinha fazendo sucesso dirigindo o Botafogo.
E rola a bola na Copa-70,com 90 milhões em ação, torcendo, fervorosamente. A rapaziada etreou goleando a então Techeco-Eslováquia, por 4 x 1, em 3 de junho daquele chumboso 1970. Quatro dias depois, teve muito trabalho para fazer 1 x 0 nos violentos ingleses. Em 10 de junho sacramentou a classificação à segunda fase do Mundial, mandando 3 x 2 na Romênia. Tudo no mesmo local das partidas anteriores, o Estádio Jalisco, em Guadalajara.
Como primeiro do Grupo 3, o Brasil encarou, ainda em Guadalajara, o Peru, segundo do Grupo 4 e treinado por Didi, campeão mundial de 1958. Mandou 4 x 2, sem problemas. Em 17 de junho, a nova vítima seria o Uruguai: 3 x 1 e estávamos vingados do “Maracanazo” de 1950, quando eles foram ao Rio de Janeiro e levaram o “caneco” pra Montevideu.
DIA DO TRI – A turma verde-e-amarelo saiu de Jalisco e foi para o Estádi Azteca, na Ciudad de México. Era 21 de junho, um meio-dia mexicano de um domingo muito ensolarado. A Seleção canarinha, de Seu Zagallo, mandou 4 x 1 nos italianos, que haviam chegado à final despachando os alemães, por 4 x 3, numa prorrogação, após 1 x 1 no tempo normal.
O Brasil abriu o placar, aos 18 minutos, numa cabeçada de Pelé, complementando cruzamento de Tostão. Era o 100º gol brasileiro em Copas do Mundo. Os italianos empataram, aos 37, com Bonisegna, aproveitando-se da brincadeira de Clodoaldo, de fazer uma jogada de letra. Jairzinho, aos 24 do segundo tempo, e Carlos Alberto, aos 42, completaram a goleada. Minutos depois, o mesmo Carlos Alberto Torres repetiria, diante do presidente mexicano, Gustavo Dias Ordaz, o gesto iniciado por Bellini, diante do Rei Gustavo Adolfo, na Suécia, em 1958, e continuado por Mauro, em 62, no Chile.
Até o Brasil chegar ao tri, a Copa do Mundo havia realizado, em quatro décadas, 231 jogos, com 846 gols marcados. O alemão Gerd Muller foi o artilheiro da edição-40, marcando 10 vezes. Pelo Brasil, Jairzinho foi o principal goleador, com sete bolas nas redes, comparecendo ao filó em todos os jogos.
O Brasil tri foi: Félix; Carlos Alberto, Brito, Piazza e Everldo; Clodoaldo e Gérson: Jairzinho, Tostão, Pelé e Rivellino. A Azurra, treinada por Ferrucio Valcareggi, alinhou: Albertosi; Burgnich, Cera, Rosato e Fachetti; Bertini (Juliano), Mazzola e De Sisti; Domenghini, Bonisegna (Rivera) e Didi Riva. O árbitro foi o então alemão oriental Rudolf Glockner e o público de 104.412, no Estádio Azteca, da Cidade do México.
GOL ANUNCIADO - Zagallo observara, por vídeos, que os italianos costumavam concentrar demais o jogo pelo ladodireito. Entaõ, armou o esquema de, numa roubada de bola, por aquele setor, o lateral-direito subir, rapidmente, ao ataque, para Jarizinho, Tostão ou Pelé lançá-lo. Supondo que o flanco dirieto estivesse pouco povodo, Carlos Alberto (foto) deveria finalizar o plano. E o lance rolou, aos 42 minutos do segundo tempo.
Redimindo-se da brincadeira do gol de empate italiano, Clodoaldo driblou quatro adversários, na intermediária, serviu Rivellino, que passou a bola a Jairzinho, que a entregou a Pelé. Tudo muito rápido. Tão veloz que Carlos Alberto chegou, para ser acionado pelo “Rei” (desenho) e chutar sem nenhum combate. Bola na caçapa, como o Lobo estudara.
Carlos Alberto Torres tinha 25 anos – 17 de julho de 1944 – quando ergueu a Taça Jules Rimet e era jogdor do Santos. Carioca, fora cria do Fluminense, pelo qual estreara no time principal, em 1964, sendo campeão estadual, de cara. Resultado: foi parar na Seleção Brasileira e, em 1965, no time de Pelé, para ser campeão paulista, título que repetiu em 1967/69. Em 1971, esteve no Botafogo; em 72, no Flamengo; em 73, voltou ao Santos, para ganhar outro Paulistão; em 75, a volta foi para a “máquina” do Flu de Francisco Horta. Em 1977, mudou-se para o Cosmos, de Novas York, onde encerrou uma bela história de bola, em 1982. Carlos Alberto jogou 53 vezes e marcou oito gols com a camisa canarinha. Em 1966, foi, inexplicavelmente, riscado dos planos para o Mundial da Inglaterra – sorte dele!
Em 1970, o regime do general Emílio Garrastazu Medici precisava da volta da Taça Jules Rimet, para coroar uma fase em que a classe média já tinha dois carros na gargem. Ao som da marchinha “Pra Frente Brasil”, de Miguel Gustavo, a tortura e a censura eram escanteadas, para o povo imaginar que fosse muito feliz, sem saber. “Se houvesse eleição direta, para presidente da república, naquela época, o general ganharia, com facilidade”, constatava, anos depois, o futuro ocupante daquele cargo, o ex-líder operário Luiz Inácio Lula da Silva.
Saiu tudo como deveria ser. Após seis vitórias nas Eliminatórias e mais seis durante as disputas no México, a Seleção ficou tri. Trilegal! De quebra, levou a consideração de melhor equipe nacional de todos os tempos. Para isso, porém, foi preciso dar um jeito nas bagunças que culminaram com o estrondoso fracasso na Copa-66, na Inglaterra.
Antes de chegar ao México, a equipe canarinha trocou o seu treinador comunista, João Saldanha, que não aceitava palpites da ditadura em sua equipe – ela que escalasse o seu ministério –, por Mário Jorge Lobo Zagallo, bicmpeão, como atleta, em 1958/62, e que vinha fazendo sucesso dirigindo o Botafogo.
E rola a bola na Copa-70,com 90 milhões em ação, torcendo, fervorosamente. A rapaziada etreou goleando a então Techeco-Eslováquia, por 4 x 1, em 3 de junho daquele chumboso 1970. Quatro dias depois, teve muito trabalho para fazer 1 x 0 nos violentos ingleses. Em 10 de junho sacramentou a classificação à segunda fase do Mundial, mandando 3 x 2 na Romênia. Tudo no mesmo local das partidas anteriores, o Estádio Jalisco, em Guadalajara.
Como primeiro do Grupo 3, o Brasil encarou, ainda em Guadalajara, o Peru, segundo do Grupo 4 e treinado por Didi, campeão mundial de 1958. Mandou 4 x 2, sem problemas. Em 17 de junho, a nova vítima seria o Uruguai: 3 x 1 e estávamos vingados do “Maracanazo” de 1950, quando eles foram ao Rio de Janeiro e levaram o “caneco” pra Montevideu.
DIA DO TRI – A turma verde-e-amarelo saiu de Jalisco e foi para o Estádi Azteca, na Ciudad de México. Era 21 de junho, um meio-dia mexicano de um domingo muito ensolarado. A Seleção canarinha, de Seu Zagallo, mandou 4 x 1 nos italianos, que haviam chegado à final despachando os alemães, por 4 x 3, numa prorrogação, após 1 x 1 no tempo normal.
O Brasil abriu o placar, aos 18 minutos, numa cabeçada de Pelé, complementando cruzamento de Tostão. Era o 100º gol brasileiro em Copas do Mundo. Os italianos empataram, aos 37, com Bonisegna, aproveitando-se da brincadeira de Clodoaldo, de fazer uma jogada de letra. Jairzinho, aos 24 do segundo tempo, e Carlos Alberto, aos 42, completaram a goleada. Minutos depois, o mesmo Carlos Alberto Torres repetiria, diante do presidente mexicano, Gustavo Dias Ordaz, o gesto iniciado por Bellini, diante do Rei Gustavo Adolfo, na Suécia, em 1958, e continuado por Mauro, em 62, no Chile.
Até o Brasil chegar ao tri, a Copa do Mundo havia realizado, em quatro décadas, 231 jogos, com 846 gols marcados. O alemão Gerd Muller foi o artilheiro da edição-40, marcando 10 vezes. Pelo Brasil, Jairzinho foi o principal goleador, com sete bolas nas redes, comparecendo ao filó em todos os jogos.
O Brasil tri foi: Félix; Carlos Alberto, Brito, Piazza e Everldo; Clodoaldo e Gérson: Jairzinho, Tostão, Pelé e Rivellino. A Azurra, treinada por Ferrucio Valcareggi, alinhou: Albertosi; Burgnich, Cera, Rosato e Fachetti; Bertini (Juliano), Mazzola e De Sisti; Domenghini, Bonisegna (Rivera) e Didi Riva. O árbitro foi o então alemão oriental Rudolf Glockner e o público de 104.412, no Estádio Azteca, da Cidade do México.
GOL ANUNCIADO - Zagallo observara, por vídeos, que os italianos costumavam concentrar demais o jogo pelo ladodireito. Entaõ, armou o esquema de, numa roubada de bola, por aquele setor, o lateral-direito subir, rapidmente, ao ataque, para Jarizinho, Tostão ou Pelé lançá-lo. Supondo que o flanco dirieto estivesse pouco povodo, Carlos Alberto (foto) deveria finalizar o plano. E o lance rolou, aos 42 minutos do segundo tempo.
Redimindo-se da brincadeira do gol de empate italiano, Clodoaldo driblou quatro adversários, na intermediária, serviu Rivellino, que passou a bola a Jairzinho, que a entregou a Pelé. Tudo muito rápido. Tão veloz que Carlos Alberto chegou, para ser acionado pelo “Rei” (desenho) e chutar sem nenhum combate. Bola na caçapa, como o Lobo estudara.
Carlos Alberto Torres tinha 25 anos – 17 de julho de 1944 – quando ergueu a Taça Jules Rimet e era jogdor do Santos. Carioca, fora cria do Fluminense, pelo qual estreara no time principal, em 1964, sendo campeão estadual, de cara. Resultado: foi parar na Seleção Brasileira e, em 1965, no time de Pelé, para ser campeão paulista, título que repetiu em 1967/69. Em 1971, esteve no Botafogo; em 72, no Flamengo; em 73, voltou ao Santos, para ganhar outro Paulistão; em 75, a volta foi para a “máquina” do Flu de Francisco Horta. Em 1977, mudou-se para o Cosmos, de Novas York, onde encerrou uma bela história de bola, em 1982. Carlos Alberto jogou 53 vezes e marcou oito gols com a camisa canarinha. Em 1966, foi, inexplicavelmente, riscado dos planos para o Mundial da Inglaterra – sorte dele!
A GRANDE SELEÇÃO DE 1958
A turmae canarinha de 1970, quando voltou do México, com o tri, de quebra, passou a ser considerado a “melhor seleção brasileira de todos os tempos”. Realmente, foi um timaço que, em seis jogos, marcou 19 e levou 7 gols, sobrando um saldo de 12. Além disso, colocou Carlos Alberto Torres, Clodoaldo, Gérson, Jairzinho, Pelé e Rivelino, na seleção dos melhores da Copa – os outros foram Banks, Bobby Moore e Terence Cooper (ING), Beckenbauer e Gerd Muller (ALE) – e, ainda, fez o segundo artilheiro, “O Furacão” Jair Ventura Filho, com 7 gols, três a menos do que o líder alemão Müller.
Durante aquele que foi o primeiro Mundial transmitido, ao vivo, pela TV, para o Brasil, a Seleção passava tanta confiança, que a vitória era esperada, com certeza. Foi fantástico, emocionante. No entanto, a equipe de 70 durou apenas uma Copa. Em 1974, não tínhamos mais Félix, Carlos Alberto, Brito, Piazza, Clodoaldo, Gérson, Tostão e Pelé, se bem que o “Rei do Futebol” não foi à Alemanha porque decidiu, antes, encerrar a carreira. Então, Jairzinho e Rivellino foram os titulares que restaram – atuaram, também, o lateral-direito Zé Maria e o atacante Paulo César “Caju”, reservas, em 70, e titulares, em 74.
Nas antigas histórias para jovens desportistas, pouco já se cultua a seleção de 1958, a do nosso primeiro título mundial, na Suécia. Ela começa a perder força junto aos pesquisadores, embora tenha sido o começo dessa história de grandiosas glórias. O time que aparece nesta foto, com Djalma Santos, Zito, Bellini, Nilton Santos, Orlando, Gilmar (em pé), Garrincha, Didi, Vavá, Pelé e Zagalo, além do massagista Mário Américo, ao contrário do de 1970, atingiu duas Copas, trazendo, do Chile, o bicampeonato, em 1962, com duas trocas, apenas, no time titular: os zagueiros Orlando Peçanha de Carvalho – jogava pelo argentino Boca Junior e, na época, não se convocava quem atuasse no exterior – cedeu a sua vaga a Zózimo, enquanto Bellini passou a braçadeira de capitão a Mauro Ramos de Oliveira.
Se o time do tri regressou com o saldo de12 gols, em seis vitórias, a rapaziada do bi fez 16 e sofreu quatro, em igual número de partidas, ms com um empate. Portanto, o mesmo saldo. E, assim como no México, fez, também, o segundo artilheiro nas disputas da Suécia, o garoto Pelé, de 17 anos, com seis tentos, empatado com o alemão Helmut Rahn – o principal artilheiro foi o francês Just Fontine, com 13 bolas nas redes. No quesito “Seleção da Copa”, porém, os “tri” ganham, por 8 x 6. De 58, foram selecionados Djalma Santos, Nilton Santos, Zito, Garrincha, Didi, o melhor da Copa, e Pelé – o “time ideal” teve, ainda, Yashin e Voinov (URSS), Blanchflower (Irlanda do Norte), Liedlholm e Skoglund (SUS), e Fontaine (FRA).
A equipe de 58 compensa a perda no quesito acima, comparecendo à história dos Mundiais de futebol com dois goleadores no topo da lista dos “matadores” da VII Copa do Mundo: Vavá e Grrincha, cada um, com quatro gols, empatados com o chileno Leonel Sanchez, o húngaro Florian Albert e o então soviético Valentin Ivanov – o então iugoslavo Dragan Jerkovic, com cinco gols, foi o primeiro colocado. Por extensão, como a seleção de 58 é quase a mesma de 62, vale ressaltar que, quatro anos envelhecida, ela contribuiu com Gilmar, Djalma Santos, Zito, Garrincha e Vavá no “time da disputa”, que teve, também, Schnellinger (ALE), Voronin (URSS), Novak e Masopust (TCH), Toro (CHI) e Skoblar (IUG). Portanto, vida longa, em nossa memória, para a seleção de 1958.
Só para reverenciar: embora não tivessem sido campeãs mundiais, vale lembrar que as seleções de 1938 e de 1950 fizeram os artilheiros dos seus respectivos Mundiais: Leônidas da Silva, com oito, e Ademir Marques de Menezes, cm nove gols.
Durante aquele que foi o primeiro Mundial transmitido, ao vivo, pela TV, para o Brasil, a Seleção passava tanta confiança, que a vitória era esperada, com certeza. Foi fantástico, emocionante. No entanto, a equipe de 70 durou apenas uma Copa. Em 1974, não tínhamos mais Félix, Carlos Alberto, Brito, Piazza, Clodoaldo, Gérson, Tostão e Pelé, se bem que o “Rei do Futebol” não foi à Alemanha porque decidiu, antes, encerrar a carreira. Então, Jairzinho e Rivellino foram os titulares que restaram – atuaram, também, o lateral-direito Zé Maria e o atacante Paulo César “Caju”, reservas, em 70, e titulares, em 74.
Nas antigas histórias para jovens desportistas, pouco já se cultua a seleção de 1958, a do nosso primeiro título mundial, na Suécia. Ela começa a perder força junto aos pesquisadores, embora tenha sido o começo dessa história de grandiosas glórias. O time que aparece nesta foto, com Djalma Santos, Zito, Bellini, Nilton Santos, Orlando, Gilmar (em pé), Garrincha, Didi, Vavá, Pelé e Zagalo, além do massagista Mário Américo, ao contrário do de 1970, atingiu duas Copas, trazendo, do Chile, o bicampeonato, em 1962, com duas trocas, apenas, no time titular: os zagueiros Orlando Peçanha de Carvalho – jogava pelo argentino Boca Junior e, na época, não se convocava quem atuasse no exterior – cedeu a sua vaga a Zózimo, enquanto Bellini passou a braçadeira de capitão a Mauro Ramos de Oliveira.
Se o time do tri regressou com o saldo de12 gols, em seis vitórias, a rapaziada do bi fez 16 e sofreu quatro, em igual número de partidas, ms com um empate. Portanto, o mesmo saldo. E, assim como no México, fez, também, o segundo artilheiro nas disputas da Suécia, o garoto Pelé, de 17 anos, com seis tentos, empatado com o alemão Helmut Rahn – o principal artilheiro foi o francês Just Fontine, com 13 bolas nas redes. No quesito “Seleção da Copa”, porém, os “tri” ganham, por 8 x 6. De 58, foram selecionados Djalma Santos, Nilton Santos, Zito, Garrincha, Didi, o melhor da Copa, e Pelé – o “time ideal” teve, ainda, Yashin e Voinov (URSS), Blanchflower (Irlanda do Norte), Liedlholm e Skoglund (SUS), e Fontaine (FRA).
A equipe de 58 compensa a perda no quesito acima, comparecendo à história dos Mundiais de futebol com dois goleadores no topo da lista dos “matadores” da VII Copa do Mundo: Vavá e Grrincha, cada um, com quatro gols, empatados com o chileno Leonel Sanchez, o húngaro Florian Albert e o então soviético Valentin Ivanov – o então iugoslavo Dragan Jerkovic, com cinco gols, foi o primeiro colocado. Por extensão, como a seleção de 58 é quase a mesma de 62, vale ressaltar que, quatro anos envelhecida, ela contribuiu com Gilmar, Djalma Santos, Zito, Garrincha e Vavá no “time da disputa”, que teve, também, Schnellinger (ALE), Voronin (URSS), Novak e Masopust (TCH), Toro (CHI) e Skoblar (IUG). Portanto, vida longa, em nossa memória, para a seleção de 1958.
Só para reverenciar: embora não tivessem sido campeãs mundiais, vale lembrar que as seleções de 1938 e de 1950 fizeram os artilheiros dos seus respectivos Mundiais: Leônidas da Silva, com oito, e Ademir Marques de Menezes, cm nove gols.
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