sexta-feira, 13 de novembro de 2009

23 DE OUTUBRO DE 2009: PELÉ 69 ANOS


Pelé chega aos 69 anos de idade, com o seu reinado intocável, sempre em expansão e como o seu mito a caminho da eternidade. Ele é adorado e odiado, despertando discussões intermináveis e, em muitos casos, paixões. Enfim, é o maior do seu mundo redondo, onde, perto dele, tudo balança, inclusive corações.


Pelé, o Atleta do Século 20

Pelé é o único rei aceito por todos os povos, com reinado sem fronteiras. Impressionante! Há tempos em que ele não passeia mais pelos terrenos que lhe deram majestade, mas seu carisma nas vésperas de ficar setentão ainda é o mesmo dos tempos em que era menino e a bola se tornava sua cúmplice.

Porque o reinado de Pelé tem vida tão longa? Explicam os astrólogos: o mapa astral dele mostra que, quando nasceu, em 23 de outubro de 1940, na mineira Três Corações, o sol estava abandonando libra e ingressando em escorpião. De sua parte, a lua habitava seu próprio domicílio, câncer, assegurando contato com o povo. Pelé não poderia saber, mas, ao sair da barriga de Celeste do Nascimento, o planeta netuno fazia conjunção com o signo de virgem, enquanto saturno, júpiter e urano o faziam com touro. São aspectos que marcam pessoas nascidas com uma capacidade especial, tendo em vista que os planetas citados acima são signos da terra, que é redonda, razão especial para Pelé viver sempre com a “bola cheia”.

Pelé só passa por “bola furada” quando tentam desqualificar o seu caráter. Exemplo: quando marcou o seu milésimo gol – 19.11.1969, em Santos 2 x 1 Vasco, no Maracanã –, dedicou o feito às crianças, pedindo a povo e governo para salvarem os meninos de rua, sem chances de progredir na sociedade. Acusaram-no de demagogo.

Momentos antes de “executar” o goleiro vascaíno Andrada, Pelé pensara em dedicar o gol à sua mãe, aniversariante, no dia seguinte. No entanto, após o tento, vendo tantas comemorações, no gramado, lhe viera à mente o seu tempo de molecote, na paulista Bauru, onde muitos garotos que jogaram bola com ele, pelas ruas, se perderam pela vida, por falta de orientação. Fortes lembranças, que faziam Pelé chorar, quando ia para os estádios e, de dentro dos ônibus que conduziam o time do Santos, pela janela, ele enxergava crianças abandonadas pelo caminho.

Se Pelé podia ter um lar estruturado, viver em concentrações confortáveis e hospedar-se em hoteis luxuosos, ele não admitia que os meninos de rua não pudessem ter direito a uma vida digna. Por isso, ficou magoado, ao ser taxado de demagogo. Se o seu apelo tivesse sido ouvido, há 40 anos, as crianças que, hoje, assaltam, pelas ruas das cidades, talvez, filhos, daquelas para as quais ele pedira socorro, estariam sendo úteis, em alguma atividade produtiva, e a sociedade tendo um aporte muito menor nos gastos com os presídios.

Pelé já foi acusado,também, de ser um alienado político. E o foi. Mas não consentido. A partir de quando tornou-se ”Rei do Futebol”, nada mais lhe foi permitido, além de jogar, treinar e jogar. Como poderia ler jornais e revistas, e assistir aos poucos canais de TV da época? Se pudesse, havia a censura. Houve muitos jovens politizados, que enfrentaram a ditadura militar. Mas Pelé era, simplesmente, uma minha de dinheiro,e o Santos o submetia à exaustão, nos gramados.

Quando passou a conviver com pessoas politizadas e tomou conhecimento do que se passava no Brasil, Pelé adotou a postura política que se cobrava dele. Defendeu eleições diretas para a presidência da república, disse que o nossos eleitor não sabia votar e que sentia vergonha de ser brasileiro, devido a corrupção praticada pelos ocupantes dos nossos cargos públicos. Após deixar o cargo de ministro dos esportes, no governo Fernando Henrique Cardoso, declarou que faria um governo de có-gestão, caso ele fosse o presidente do país.

De vez em quando, acusava-se Pelé de estar vendido a alguma causa. Em 1974, quando recusou participar da Copa do Mundo, disseram que ele estava vendido à Pepsi Cola, porque, bem antes, assinara um contrato de publicidade, com a multinacional norte-americana. Em 1978, já “estava vendido” à ditadura do general Ernesto Geisel, porque divulgava produtos brasileiros no exterior, quando, na verdade, fora empresários brasileiros que o contrataram para tal serviço. Tempos depois, seu “comprador” teria sido a Umbro. O crucificaram, sob a alegação de que a multinacional do ramo de materiais esportivos o mandara defender que a Inglaterra teria mais condições, do que o Brasil, de sediar a Copa do Mundo-2006, que terminou na Alemanha.

Pelé sempre disse que não há dinheiro capaz de fazê-lo perder o seu amor pelo Brasil. Para ele, negar apoio a uma candidatura não significava falta de patriotismo, mas de “transparência na formação da comissão organizadora” – o Brasil retirou a sua candidatura, em favor da África do Sul-2010, em troca de apoio para 2014, e deu certo, para ambos.

DÁDIVA DED DEUS – Já surgiram muitos “Peles”, para ocupar o trono do “Rei do Futebol”. Nesse ponto, a análise do “Camisa 10” bate com o seu mapa astral, ou seja: “há pessoas escolhidas, por Deus, para receber uma graça” – os gênios. Ele não acredita que existirá outro Pelé. Intuir que é o primeiro e único e que lhe foi concedida a graça divina de reinar sobre a bola.

O que mais se identifica com Pelé, depois da bola, é o Maracanã, onde ele pisou, pela primeira vez, aos 16 anos de idade. Era tão menino que assombrou-se com o tamanho do estádio – disputou um torneio internacional, pelo combinado Vasco-Santos, merecendo, no ano seguinte, convocação, para a Seleção Brasileira que disputaria a Copa Roca.

Em sua estréia, como canarinho – 07.07.1957 –, a única preocupação do futuro rei nem era badalar o gol marcado sobre os argentinos, mas fazer os repórteres cariocas pronunciar, corretamente, o seu apelido: Pelé, e não Pelê, pois eles estavam acostumados com Telê (Santana), do Fluminense.

O DEUS DO ESTÁDIO - Foi no Maracanã que Pelé inventou o “gol de placa”, mandou a sua milésima bola na rede e teve uma de suas maiores emoções, ao ouvir o torcedor gritar “Fica, fica”, quando ele se despedia da Seleção, em 1971. Dois anos antes, aquele torcedor já gritara “Pelé! Pelé””, exigindo que ele cobrasse o pênalti que gerou o gol-1000. Foi quando suas pernas tremeram, pela primeira vez. Pelé não entendeu nada, quando os colegas santistas se colocaram no meio do campo e o deixaram, sozinho, na pequena área, para fazer o gol e chorar durante a comemoração.

O Maracanã, no entanto, podia fazer o “Rei do Futebol” chorar de emoção – sentia-se em casa. Os dois eram cúmplices. Um, fã do outro. Tinham segredos que só eles sabiam. Como tirar proveito d suas respectivas grandezas. Sempre 10, também, no preparo físico, Pelé sabia explorar as dimensões do gramado, para “matar o inimigo”. Por exemplo, na despedida de Garrincha, em 1973, marcara um dos gols mais bonitos de sua carreira. Poucas vezes, não atuara bem no “Maraca”.

Pelé só tinha uma queixa do “velho amigo”: a falta de referência para as suas balizas. Se nos pequenos estádios ele podia macomunar-se com um muro, um detalhe num alambrado, uma árvore, etc, no Maracanã, as vezes, sentia dificuldades no rumo do gol. O jeito era bater forte na “gorduchinha”, de fora da área, pois, naquela casa, via tudo muito grande. De quebra, um lamento: contundido, não pudera ter sido campeão mundial interclubes, jogando no Maracanã. Ali, em 1963, o Santos vencera o Milan, com Almir “Pernambuquinho” o substituindo.

Só Pelé seria capaz de ser convidado para marcar o gol que jamais marcara, no estádio onde nunca jogara. Aconteceu no inglês Wembley – antes da demolição –, em 1989, quando ele narrava 12 vídeos, para a série “O Jogo dos Bilhões”. Lembrando-se daquela lacuna no seu currículo, Pelé apanhou a bola, foi até o meio do campo, partiu com ela, em direção ao gol e, ao chegar à meia-lua da grande área, levantou a “parceira”, invadiu a pequena área e estufou as redes, com direito a soco no ar e beijo na “maricota”.

REI DA MULHERADA – Pelé é “bom de jogo”, também, com as mulheres. Em 1980, o país inteiro “namorava” o seu namoro, com a iniciante modelo Xuxa – a deixou, por discordar do eletrizante ritmo que a moça imprimia à sua carreira. Com outra “deusa” da época, Luiza Brunet, não chegou a namorar, mas se não tivesse pedido uma “forcinha” para a mato-grossense, com certeza, a trajetória do sucesso dela demoraria mais.

Depois de separar-se de Rosemary, Pelé circulou, sempre, com mulheres bonitas. Em 19789, foi visto na badalada boate carioca Hipopotamus, com a cantora baiana Gal Costa. No inverno de 1980, aqueceu-se com a modelo Oneida, uma das morenas brasileiras mais bonitas do período. Em 86, circulou com a Miss Brasil, Deise Nunes e encantou a atriz Edna Velho. Em 87, colocava mais uma Miss Brasil no currículo, a catarinense Andréia Reis. Em 89, a terceira, Flávia Cavalcante, que chegara a colocar anel de noivado. No carnaval daquele ano, já saira com a modelo Adriana Eglliot. No mais, namorara a professora (de Educação Física) Eliane Árias e a atriz Simone Carvalho.

Pelé casou-se duas vezes. A primeira, na década-60, com Rosemary Cholby. Depois, em 30 de abril de 1994, com Assíria Lemos, em Recife. No segundo caso, a fé evangélica dela, de quem já se separou em 2008, não chocava com o seu catolicismo, porque ambos louvavam um mesmo deus – deixaram para os filhos, Joshua e Celeste, escolherem seus caminhos religiosos, no futuro.

Bom no jogo, melhor no amor, Pelé, também, já foi “bola murcha”, na cama. Mas, dá-se um desconto. Depois de “matar” os adversários no gramado, chovia mulheres em cima dele. Então, ia para os “lances” esgotado, exausto, as vezes, mandando a bola para a “linha de fundo”.

No caso da filha Sandra – com uma namorada dos tempos de adolescente – , que exigiu, na Justiça, exame de DNA, para comprovar a sua filiação –, Pelé se defende, queixando-se que a moça, em vez de tentar ganhar o seu carinho e a sua confiança, preferira magoá-lo, pela imprensa. Além do mais, sempre alegou que, depois da “rapidinha” com a mãe da moça, jamais a vira e nem ela lhe procurara. Enfim, vida de “Rei” tem de tudo.

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