Dizem os marqueteiros que Brasil e Portugal são países irmãos. Então, já que é assim, nada de mais os “brasilairos vestirem a camisola da equipa lusa”. Nesse papo, teremos, na Copa do Mundo-2010, o zagueiro Pepe (Kepler Laveran Lima Ferreira), o meia-atacante Deco (Anderson Luís de Sousa) e o goleador Liédson (da Silva Muniz) indo ao “relvado”, não só para defender a honra do time das plagas do cruel, impiedoso e bombardeador Vasco da Gama, como, até, nos desafiar, no dia 26 de junho.
Pois bom, meu venturoso rei! Não é de agora, desses tempos pós-modernos, que brasileiros jogam pelo selecionado lusitano de futebol. Ou o dirigem. Por exemplo: durante a Copa-66, roubada na Inglaterra – depois, eu conto esta história –, o time canarinho, do técnico Vicente Feola, foi mandado embora, da terra dos Betles, por conta de indiscutíveis 3 x 1 lusitanos. Era treinada pelo "vascaíno" Oto Glória. Mais recentemente, na “Era Dunga”, sob as ordens do "gremista" Luiz Felipe Scolari, o Felipão, eles nos mandaram indiscutíveis 2 x 0, amistosamente, em 6 de fevereiro de 2007, no Emirate Stadium, de Londres.
Na década-70 tivemos Celso Matos, “um médio, do Porto e, também, oriundo das terras de Ver Cruz, brigando pela bola em nome da, também chamada, “pátria mãe”, em três compromissos. No entanto, a honra de ter sido o primeiro brasileiro a jogar pela seleção portuguesa de “ludopédio” coube ao zagueirão Lúcio Soares, que mandava um pau seguro na zaga do Soprting, de Lisboa. Nascido em 31 de maio de 1934, ele foi cria da Portuguesa Carioca, a “Zebra da Ilha do Governador”, pela qual jogou, até 1955, quando transferiu-se, para o América. Em 57, o "Mequinha" o negocuiou por antigosCr$ 7 milhões de cruzeiros, e ele atravessou o Atlântico, rumo à sua aventura sportinguista, que o deixou rico.
Quando chegou em terras lusas, Lúcio foi alertado, pelos mais velhos na praça, de que o futebol de lá uma verdadeira bagunça. Melhorias só depois que Oto Glória começou a exigir mais profissionalismo do Benfica, despertando o gigante adormecido.
Lúcio, filho de portugueses, foi titular por cinco jogos da seleção portuguesa. Em 1962, durante os preparativos dos brasileiros, visando o bi trazido do Chile, ele jogou, duas vezes, contra seu povo. Em seis de maio daquele “meia-dois”, amistosamente, no Pacaembu, em São Paulo, o Brasil fez 2 x 1 nos “gajos”, com gols de Zagallo e Zequinha, enquanto Coluna descontou, abrindo o placar. A seleção portuguesa contou com: Costa Pereira, Lino (José Carlos), Fernando Mendes, Hilário, Lúcio, Vicente, Yaúca, Eusébio, José Augusto (Simões), Coluna e Serafim. Três dias depois, com 130.874 pagantes, no Maracanã – o jogo em Sampa não teve público e renda divulgados –, o Brasil fez 1 x 0, com gol de Pelé. O time português foi o mesmo, mas com Simões substituindo Serafim, a partir dos 46 minutos.
Naqueles amistosos, os portugueses foram dirigidos por dois treinadores, Júlio Cernadas Pereira, o Juca, e Armando Ferreira. O árbitro das duas partidas foi o chileno Cláudio Vicuña.
No final da carreira, Lúcio defendeu o mineiro Flamengo, de Varginha, que chegou a empatar, por 0 x 0, com o Cruzeiro, no Mineirão, pelo Estadual de 1971, em 14 de março, diante de 3.738 pagantes, um dos quais era eu. O time dele era: Eduardo (Roberto), Arnaldo, Lúcio, Duza, Grego, Toninho, Marcílio, Carlos Roberto, Julião, Paulão (Selmo) e Parodi, dirigidos por Moacir Rodrigues. A Raposa do dia teve: Hélio; Pedro Paulo, Mário Tito, Miro e Vanderley; Toninho, Spencer (Dirceu Batista) e Gilberto. Eduardo Amorim (Gil), Palhinha e Rodrigues. O técnico, João Crispim.
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